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Redatora
Publicado em 7 de novembro de 2025 às 11h31.
Entre as diversas alternativas de recuperação após o treino, a qualidade do sono se destaca como uma das mais simples e eficazes de aplicar no dia a dia. Prezar por uma boa noite de descanso é indispensável para quem busca resultados consistentes em hipertrofia e desempenho físico.
Nos últimos anos, a tecnologia tem se tornado uma aliada importante nesse processo. Aplicativos como Sleep Cycle e AutoSleep auxiliam no monitoramento do sono, fornecendo relatórios detalhados sobre o tempo total de repouso e as fases percorridas ao longo da noite. Para quem prefere evitar dormir com o celular por perto, os smartwatches oferecem funções similares — e, em muitos casos, mais precisas — ao medir também variáveis fisiológicas, como a frequência cardíaca e sua variabilidade.
Um ponto que chama atenção nas plataformas e dispositivos é a pontuação do sono, também conhecida como sleep score. Essa métrica sintetiza, de forma prática, o quanto o corpo conseguiu se recuperar durante o período de repouso.
A pontuação do sono serve, principalmente, para facilitar a visualização da recuperação do organismo. O índice é calculado com base em padrões internacionais de saúde do sono e considera tanto a quantidade quanto a qualidade das horas dormidas. A escala varia de 0% a 100%, sendo que valores mais altos indicam recuperação mais completa.
Para chegar a esse resultado, os dispositivos utilizam sensores de movimento e dados cardiovasculares, como a frequência e a variabilidade da frequência cardíaca. Nesse ponto, os smartwatches tendem a oferecer medições mais precisas do que os aplicativos de celular, justamente por incluírem indicadores fisiológicos em tempo real.
O sleep score é especialmente útil para atletas e praticantes de atividade física que desejam otimizar o desempenho. Quando o corpo não se recupera adequadamente, o rendimento tende a cair, e o risco de lesões aumenta. Ao acompanhar a pontuação, é possível ajustar estratégias de descanso e planejar treinos de forma mais inteligente.
Um artigo publicado pela Revista Médica de Minas Gerais aponta que o ideal é manter o índice acima de 85%, faixa que indica plena recuperação e preparo para atividades de alto esforço. Pontuações entre 70% e 80% sinalizam recuperação moderada, recomendando treinos leves. Já resultados abaixo de 70% acendem um alerta, e especialistas sugerem repouso ou exercícios de baixo impacto até que os níveis voltem ao patamar ideal.
Dormir bem é um hábito cultivado por atletas de elite, como a tenista Serena Williams e o jogador de basquete LeBron James, que priorizam repouso de cerca de oito horas de sono diárias. O descanso noturno exerce papel fundamental em diversas funções do corpo: ele regula o metabolismo, promove o crescimento e a reparação de tecidos — inclusive dos músculos, essenciais para a hipertrofia — e ajuda a equilibrar o cortisol, o hormônio do estresse.
A privação do sono, por outro lado, está associada a riscos como hipertensão arterial, diabetes e doenças cardiovasculares. Portanto, investir em uma rotina de sono adequada é uma estratégia essencial não só para aprimorar o desempenho físico, mas também para preservar a saúde geral e o bem-estar mental.
O Instituto do Sono recomenda práticas conhecidas como higiene do sono, que consistem em técnicas simples de relaxamento e desaceleração antes de dormir. Entre elas estão: manter horários fixos para deitar e acordar, evitar refeições pesadas à noite, cessar o uso de telas pelo menos uma hora antes de dormir e não tirar cochilos longos durante o dia.
Essas medidas, quando combinadas à análise de métricas oferecidas por dispositivos e aplicativos, podem transformar o descanso em uma ferramenta poderosa de recuperação e desempenho — dentro e fora dos treinos.