Ciência

Já existiu um universo antes do nosso? A física quântica busca uma resposta

A física quântica desafia a visão tradicional da origem do universo, questionando a necessidade de um "universo anterior"

Raphaela Seixas
Raphaela Seixas

Estagiária de jornalismo

Publicado em 21 de julho de 2025 às 15h53.

As leis da física quântica têm proporcionado novas perspectivas sobre a origem do universo. Elas desafiam conceitos tradicionais e sugerem que a ideia de um universo anterior ao nosso pode não ser necessária ou mesmo possível.

Para entender essa complexidade, é fundamental explorar como a física quântica e suas diferentes abordagens lidam com a natureza do espaço-tempo e a origem cósmica.

No modelo clássico da cosmologia, baseado na relatividade geral de Einstein, o universo tem um começo definido pelo Big Bang.

Segundo essa visão, antes do Big Bang, o conceito de tempo e espaço não existia, e por isso não haveria um “antes” do universo atual. No entanto, essa descrição apresenta limitações profundas, pois a singularidade é um ponto onde a física não consegue descrever a realidade com precisão.

A física quântica e o conceito de “Big Bounce”

A física quântica, ao tratar dos fenômenos em escalas extremamente pequenas, fornece ferramentas importantes para superar esses limites. Em particular, teorias que tentam unificar a mecânica quântica com a gravidade, como a gravidade quântica em loop, propõem que o espaço-tempo não é contínuo, mas sim constituído de “átomos” ou quantas de espaço-tempo.

Nesse contexto, a singularidade do Big Bang desaparece, sendo substituída por um fenômeno chamado “Big Bounce” (Grande Reversão), no qual o universo atual teria emergido do colapso de um universo anterior.

O debate sobre a existência de um universo anterior

Contudo, mesmo essa ideia do Big Bounce é objeto de debate e não implica necessariamente na existência de um universo anterior idêntico ao nosso.

A gravidade quântica em loop sugere que a estrutura do espaço-tempo pode mudar de forma drástica em escalas quânticas, de modo que o tempo pode perder seu significado clássico e tornar-se uma variável sem direção definida. Essa reversibilidade temporal implica que não podemos afirmar categoricamente uma sequência simples de “antes” e “depois” em relação à origem do cosmos.

Além disso, outras abordagens, como a teoria das cordas e o modelo de universo inflacionário, também exploram possibilidades em que o conceito de um “universo anterior” é questionado.

A cosmologia inflacionária sugere que o universo passou por uma rápida fase de expansão logo após sua origem, apagando possível informação sobre estágios predecessores.

Já a teoria das cordas propõe múltiplas dimensões e realidades paralelas, onde o conceito de tempo e espaço pode ser radicalmente diferente.

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