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'Jurassic Park' estava certo? Dinossauros de pescoço longo podiam se erguer sobre duas patas

Os saurópodes habitaram a Terra entre 145 milhões e 66 milhões de anos atrás

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 22 de agosto de 2025 às 19h25.

Última atualização em 22 de agosto de 2025 às 20h19.

Uma pesquisa recente publicada na revista científica Palaeontology revelou que dinossauros de pescoço longo, conhecidos como saurópodes, tinham a capacidade de se apoiar sobre duas patas — embora essa habilidade variasse conforme a espécie.

Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Unesp ouvidos pelo Canaltech analisaram fósseis de sete espécies distintas, utilizando a técnica de análise por elementos finitos (FEA),

Os saurópodes habitaram a Terra entre 145 milhões e 66 milhões de anos atrás. Foram alguns dos maiores animais terrestres já registrados, como o Dreadnoughtus, que podia atingir até 26 metros de comprimento e pesar cerca de 60 toneladas. Por outro lado, espécies menores como o Neuquensaurus mediam aproximadamente 6 metros e apresentavam um corpo mais leve e robusto.

Apesar de serem figuras marcantes na cultura pop — como na famosa cena de Jurassic Park (1993), quando dois braquiossauros caminham tranquilamente por um campo —, os cientistas ainda enfrentam muitas incertezas sobre a forma como esses gigantes se locomoviam.

Ossos digitalizados

Os ossos do fêmur dos saurópodes foram digitalizados e submetidos a simulações que avaliavam diferentes cenários de estresse e força, levando em conta tanto o peso dos animais quanto a atuação da musculatura. Os resultados indicaram que todas as espécies analisadas tinham capacidade de adotar a postura bípede, embora os indivíduos menores demonstrassem muito mais facilidade nesse movimento.

A pesquisa também propõe hipóteses interessantes sobre as possíveis funções dessa postura. Uma delas está relacionada à alimentação: durante o período Cretáceo, a vegetação era dominada por araucárias que podiam ultrapassar os 40 metros de altura. Nesse contexto, erguer-se sobre duas patas teria permitido aos saurópodes alcançar folhas inacessíveis para outros herbívoros.

Além disso, essa postura poderia ter desempenhado um papel importante em rituais de acasalamento ou como estratégia de defesa — ampliando a silhueta do animal para intimidar predadores ou rivais.

Extinções em massa: a Terra já 'morreu' 5 vezes — quando será a próxima?

Esses episódios alteraram profundamente a biodiversidade e a evolução da vida. Atualmente, cientistas alertam que estamos entrando na sexta extinção, a primeira causada inteiramente pelas atividades humanas, o que torna essa crise sem precedentes.

As cinco grandes extinções

  1. Ordoviciano-Siluriano (cerca de 445 milhões de anos atrás):
    Nesse período, cerca de 85% das espécies, especialmente organismos marinhos, foram extintas. Acredita-se que a movimentação dos continentes em direção ao Polo Sul tenha provocado um resfriamento global, formação de glaciares e queda do nível do mar, afetando a vida marinha. Alternativamente, vulcanismo e alteração dos níveis de oxigênio nos oceanos também são considerados fatores possíveis para essa extinção.

  2. Devoniano Superior (entre 372 milhões e 359 milhões de anos atrás):
    Cerca de 70% a 80% das espécies foram eliminadas. Esse evento afetou principalmente peixes primitivos e organismos marinhos, acompanhando variações climáticas com fases de aquecimento e resfriamento, alterações no nível do mar e baixa concentração de oxigênio na atmosfera. Pesquisas apontam que mudanças ambientais complexas, possivelmente junto a impactos de meteoritos, influenciaram essa extinção.

  3. Permiano-Triássico (há cerca de 252 milhões de anos):
    Conhecida como “A Grande Morte”, foi a maior extinção em massa, exterminando cerca de 90% das espécies. Erupções vulcânicas massivas na Sibéria liberaram gases de efeito estufa, gerando aquecimento global intenso e acidificação dos oceanos. O colapso das florestas tropicais debilitou o ciclo do carbono, prolongando o efeito de superaquecimento global por milhões de anos, devastando vida marinha e terrestre.

  4. Triássico-Jurássico (aproximadamente 201 milhões de anos atrás):
    Eliminou cerca de 75% das espécies, incluindo grandes anfíbios e arcossauros. Esse evento foi consequência da separação do supercontinente Pangeia, que aumentou a emissão de dióxido de carbono na atmosfera, elevando as temperaturas globais e favorecendo o surgimento dos dinossauros.

  5. Cretáceo-Paleogeno (66 milhões de anos atrás):
    Essa extinção, que eliminou cerca de 75% das espécies, ficou famosa pelo impacto do asteroide na Península de Yucatán, que gerou um "inverno nuclear" com bloqueio da luz solar. Esse episódio eliminou todos os dinossauros não avianos e causou o colapso das cadeias alimentares, permitindo a ascensão dos mamíferos e aves.

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