cogumelo (Getty Images)
Redatora
Publicado em 28 de julho de 2025 às 16h50.
Última atualização em 28 de julho de 2025 às 17h22.
O crescimento do mercado de psicodélicos, especialmente da psilocibina, tem atraído a atenção pela potencial contribuição para tratamentos de saúde mental. Entretanto, relatos recentes revelam casos de abusos e falhas na regulamentação em centros que oferecem terapia assistida por essas substâncias.
A descriminalização da psilocibina nos Estados Unidos possibilitou o surgimento acelerado de centros terapêuticos e programas de treinamento para facilitadores psicodélicos. No entanto, a regulamentação dessas atividades ainda é considerada insuficiente, o que expõe usuários a riscos físicos e emocionais, segundo reportagem do Business Insider.
Em centros como o Instituto EAST, em Atlanta, casos de abuso durante sessões assistidas por psilocibina foram reportados por participantes e estagiários.
Os relatos indicam que os efeitos prolongados da psilocibina, que podem durar até 8 horas, dificultam a capacidade dos usuários de consentir plenamente e aumentam sua vulnerabilidade. Além disso, os protocolos institucionais nem sempre contemplam diretrizes claras sobre consentimento, limites de contato físico e supervisão adequada durante as sessões.
Estagiários e participantes destacam que, em muitos casos, não há discussão sobre ética ou mecanismos para lidar com situações de atração ou conflitos durante o processo terapêutico.
As diretrizes existentes, como as da Associação Multidisciplinar de Estudos Psicodélicos (MAPS), recomendam pedir permissão para contato físico, mas não especificam condições para o consentimento de pessoas sob efeito de psicodélicos.
Além de casos individuais, denúncias contra fundadores de centros indicam abuso de poder e má conduta durante sessões privadas, reforçando a necessidade de maior transparência e regulamentação no setor.
O mercado global de medicamentos psicodélicos tem projeção de atingir US$ 10 bilhões até 2028, impulsionado pela legalização parcial e crescente interesse.
No entanto, especialistas alertam para o fato de que a profissionalização do setor depende do estabelecimento de normas rígidas, supervisão clínica e formação adequada dos facilitadores para garantir a segurança dos usuários.