Ciência

Ozempic e Wegovy podem ter efeito colateral inusitado, diz pesquisa

Medicamentos, que pertencem à classe dos agonistas do GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon-1), têm se mostrado eficazes, mas nova pesquisa revelou efeito inusitado

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 14 de outubro de 2025 às 11h05.

Pesquisas mostram que efeitos inusitados de remédios como Ozempic e Wegovy, populares no tratamento da obesidade e diabetes tipo 2, têm surgido, causando preocupações nas áreas de diagnóstico médico.

Esses medicamentos, que pertencem à classe dos agonistas do GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon-1), têm se mostrado eficazes, mas uma nova pesquisa revelou que eles podem interferir nos exames médicos, especialmente nos de imagem utilizados para detectar câncer, como o PET-CT, exame de diagnóstico por imagem que combina a tomografia por emissão de pósitrons (PET) com a tomografia computadorizada (CT).

Estudos realizados pela Alliance Medical, uma provedora de serviços de imagem da Europa, apontaram que pacientes em uso desses medicamentos apresentaram padrões atípicos de captação do radiotraçador FDG (fluorodeoxiglicose) durante os exames de PET-CT. O FDG é absorvido de forma diferenciada pelas células cancerígenas, permitindo a identificação de "pontos quentes" no corpo, mas a interferência do GLP-1 pode gerar confusão, dificultando a interpretação dos resultados.

A interferência nos exames pode resultar em diagnósticos equivocados, levando à realização de exames adicionais desnecessários ou ao atraso no tratamento adequado.

O uso de medicamentos como Ozempic e Wegovy tem aumentado significativamente, com pesquisas indicando que um número crescente de pessoas nos Estados Unidos e em outros países recorre a essas opções para tratar problemas de saúde relacionados ao peso.

No entanto, a descoberta desse efeito colateral destaca a necessidade de uma avaliação cuidadosa do histórico médico dos pacientes antes de realizar exames de imagem, para evitar resultados errôneos e garantir o tratamento correto.

Dr. Peter Strouhal, diretor médico da Alliance Medical e líder do estudo, comentou ao site The Independent que a identificação desses padrões alterados é crucial para evitar confusões no diagnóstico e reduzir a ansiedade dos pacientes. Ele ressaltou que, ao considerar o uso de medicamentos GLP-1, é possível assegurar que os pacientes recebam o cuidado adequado, sem a necessidade de intervenções desnecessárias.

Diante da falta de diretrizes específicas sobre como lidar com esse novo efeito colateral, os pesquisadores recomendam que os profissionais de saúde documentem minuciosamente o histórico de medicação dos pacientes, para garantir que possíveis interferências nos exames sejam reconhecidas.

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