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Por que a Nasa quer construir um reator nuclear na Lua?

A construção de um reator nuclear na Lua visa garantir energia contínua para bases lunares e impulsionar a exploração espacial

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 14 de agosto de 2025 às 11h27.

A Nasa planeja acelerar os esforços para construir um reator nuclear funcional na Lua até 2030, dentro do programa Artemis.

Este projeto visa estabelecer uma base permanente de presença humana na superfície lunar e faz parte de uma nova fase da exploração espacial, na qual a energia se torna um recurso estratégico para garantir a autonomia e a sustentabilidade das operações em um ambiente tão desafiador quanto a Lua.

Um dos principais obstáculos à exploração lunar é o ciclo do dia lunar, que dura cerca de 28 dias terrestres. Esse ciclo é dividido em duas semanas de escuridão total e duas semanas de luz solar contínua.

Essa alternância de dia e noite torna a dependência exclusiva de energia solar inviável para manter os sistemas essenciais da base lunar, como equipamentos de alimentação, habitats e sistemas de suporte à vida durante longos períodos de escuridão.

A energia nuclear como solução eficaz

A energia nuclear surge como uma alternativa mais eficaz e, possivelmente, a única capaz de fornecer uma fonte constante e robusta de energia. Um reator nuclear compacto, projetado especificamente para o ambiente lunar, seria capaz de gerar pelo menos 100 quilowatts de energia — o suficiente para alimentar desde sistemas de iluminação e suporte à vida até operações científicas e industriais.

Além dos aspectos técnicos, a construção de reatores nucleares na Lua também tem uma dimensão geopolítica importante. Países como China e Rússia anunciaram planos para desenvolver suas próprias usinas nucleares lunares até a metade da década.

Isso implica uma corrida estratégica pelo controle da infraestrutura lunar. O primeiro país a implementar um reator funcional poderá estabelecer limitações para outros, como a criação de zonas de exclusão, restringindo a presença de outras nações em áreas específicas para exploração e mineração.

Desafios tecnológicos e de segurança

A construção de reatores nucleares na Lua exige uma grande inovação tecnológica. A instalação e operação de um sistema no ambiente lunar, que não possui atmosfera, traz desafios significativos, como a adaptação dos sistemas de refrigeração e o transporte de materiais radioativos e equipamentos complexos, que devem obedecer a rigorosas normas de segurança espacial.

A aposta da Nasa em reatores nucleares modulares compactos é uma estratégia crucial para garantir energia contínua e robusta, viabilizando assentamentos humanos na Lua, investindo na exploração científica e abrindo caminho para uma futura economia lunar.

Se bem-sucedida, essa tecnologia pode ser adaptada para missões mais distantes, como a criação de bases em Marte, expandindo o alcance da presença humana no espaço.

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