Terra atinge o ponto mais distante do Sol (Imagem gerada por IA/Freepik)
Redação Exame
Publicado em 3 de julho de 2025 às 12h22.
Última atualização em 3 de julho de 2025 às 13h22.
Nesta quinta-feira, 3 de julho, a Terra atinge o ponto mais distante do Sol em sua órbita, conhecido como afélio. Embora muitas pessoas associem esse fenômeno ao frio intenso ou a mudanças climáticas, especialistas explicam que isso é um equívoco. A distância maior entre a Terra e o Sol durante o afélio não tem impacto direto nas temperaturas ou nas estações do ano. O que realmente determina as estações e as variações de temperatura é a inclinação do eixo da Terra, e não a variação na distância entre os dois astros.
O afélio ocorre todos os anos, normalmente no início de julho, quando a Terra atinge o ponto mais distante do Sol em sua órbita. Em 2025, por exemplo, a distância entre a Terra e o Sol será de cerca de 152 milhões de quilômetros, representando uma diferença de cerca de 3% em relação à distância média entre os dois astros durante o ano. Apesar dessa diferença, a quantidade de radiação solar recebida pela Terra não muda significativamente, e isso não resulta em alterações perceptíveis nas temperaturas ou nas estações do ano.
O fenômeno ocorre devido à órbita elíptica da Terra ao redor do Sol. A órbita da Terra não é circular, mas sim oval, o que significa que há momentos em que a distância entre os dois astros é maior (afélio) e outros momentos em que é menor (periélio). A diferença na distância entre esses dois pontos é de cerca de 3%, mas isso não é suficiente para causar grandes mudanças nas estações ou no clima da Terra.
Diversos especialistas e instituições científicas explicam por que o afélio não tem impacto no clima e por que não pode ser responsabilizado pelas baixas temperaturas no inverno do Hemisfério Sul. O principal fator, segundo esses estudos, é que o clima da Terra e as estações do ano não dependem da distância entre a Terra e o Sol, mas sim da inclinação do eixo da Terra.
Em um estudo realizado pela Universidade Estadual do Paraná, foi analisado o conhecimento de estudantes de geografia sobre fenômenos astronômicos como o afélio e o periélio. A pesquisa revelou que, embora a maioria dos alunos saiba que o afélio é o ponto em que a Terra está mais distante do Sol, muitos ainda cometem erros conceituais, como confundir afélio com periélio ou acreditar que esses fenômenos são responsáveis pelas estações do ano.
O estudo ressaltou que a diferença de distância entre o afélio e o periélio é de apenas 3,3%, o que resulta em uma variação de luminosidade solar de apenas 6,8%, insuficiente para influenciar as temperaturas ou as estações. O verdadeiro responsável pelas estações do ano, segundo os pesquisadores, é a inclinação do eixo da Terra.
A dra. Andrea Sánchez, astrônoma da Universidade da República do Uruguai, também desmistifica a ideia de que o afélio tenha algum impacto no clima. Ela explica que a diferença de distância entre o afélio e o periélio não ultrapassa 3% e que não há qualquer relação entre esse fenômeno e mudanças climáticas ou consequências para a saúde humana. A dra. Sánchez reforça que as estações do ano são determinadas pela inclinação do eixo da Terra, e não pela variação na distância entre a Terra e o Sol.
A Nasa também fornece esclarecimentos sobre o afélio e desmente os mitos que circulam em algumas redes sociais. De acordo com a agência espacial, embora o afélio marque o ponto mais distante da Terra do Sol, isso não provoca mudanças climáticas significativas.
A Nasa enfatiza que mensagens virais afirmando que o afélio causa frio intenso ou doenças são falsas. O afélio não tem efeito sobre o clima da Terra e não traz consequências negativas à saúde dos seres humanos.