Vulcão na Islândia: erupção começou por volta das 4h (do horário local) ( Departamento de Defesa Pública/Reprodução)
Repórter
Publicado em 16 de julho de 2025 às 14h39.
Uma erupção vulcânica começou nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira, 16, na cratera de Sundhnúkur, situada na península de Reykjanes, no sudoeste da Islândia. O fenômeno ocorreu após uma sequência de 300 tremores, que provocaram a abertura de duas fissuras na região.
Segundo um comunicado divulgado pelas autoridades locais, a explosão teve início por volta das 3h56 no horário local (0h56 em Brasília). A maior parte da atividade vulcânica foi registrada entre as áreas de Stóra-Skógfell e Sýlingarfell, com a formação de um túnel de magma com aproximadamente 6,5 km de extensão.
O documento também informa que a principal fissura aberta possui cerca de 2,4 km, enquanto uma segunda fissura atinge aproximadamente 500 metros. Embora a atividade eruptiva persista, com fluxos de lava se movendo principalmente para o leste, não há ameaças significativas à infraestrutura do país.
A erupção ocorreu após um acúmulo de magma na região de Svartsengi, o qual foi estimado em dois terços do volume de explosões anteriores. Esse dado sugere que o magma atingiu a superfície antes de atingir sua capacidade máxima de armazenamento subterrâneo, antecipando a atividade vulcânica.
Imagens aéreas compartilhadas pelo Departamento de Proteção Civil da Islândia nas redes sociais mostram lava fluindo da fissura, formando uma “parede de fogo” que transformou a paisagem em um rio de lava incandescente. Veja no vídeo abaixo:
Além da lava, a erupção causou a formação de "cabelos de bruxa" – finas fibras de vidro originadas pelo rápido resfriamento da lava. Essas fibras, levadas pelo vento, podem causar irritações na pele e nos olhos. Em razão disso, a população foi orientada a evitar áreas próximas à erupção e a tomar precauções ao ar livre.
Paralelamente aos riscos físicos associados à lava, níveis elevados de poluição gasosa foram registrados em municípios vizinhos, como Reykjanesbær, Vogar, Sandgerði e Garð. As autoridades recomendaram que os moradores dessas localidades permaneçam em ambientes fechados, mantenham janelas fechadas e evitem o uso de sistemas de ventilação que possam trazer ar do exterior.
A poluição detectada é composta principalmente por dióxido de enxofre (SO₂), um gás que, quando inalado, pode causar efeitos adversos como dificuldades respiratórias e agravar doenças respiratórias e cardiovasculares. O SO₂ provoca irritação no nariz, garganta e pulmões, podendo resultar em tosse, falta de ar, chiado no peito, catarro e asma. Indivíduos com asma, doenças pulmonares e cardíacas crônicas, bem como crianças, são mais suscetíveis aos efeitos desse gás tóxico.
A situação segue sendo monitorada de perto pelo Escritório Meteorológico da Islândia e pela Guarda Costeira. Um novo mapa de avaliação de riscos está sendo preparado para orientar a população e as autoridades sobre possíveis mudanças nos fluxos de lava ou nas condições atmosféricas.
A erupção atual é mais um episódio dentro de uma série de atividades vulcânicas que têm ocorrido na península de Reykjanes nos últimos anos. Especialistas continuam acompanhando o fenômeno, destacando que, apesar de a atual erupção ter uma magnitude menor em comparação a outras, ainda representa riscos à saúde pública e à segurança das comunidades próximas.