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COP30 antecipa operações que contribuirão para universalização do saneamento na Amazônia

Celebrar o Dia da Amazônia é reafirmar que desenvolvimento sustentável, inclusão social e saneamento básico caminham lado a lado

Projeto pioneiro na Amazônia (Divulgação)

Projeto pioneiro na Amazônia (Divulgação)

Publicado em 5 de setembro de 2025 às 08h00.

Última atualização em 5 de setembro de 2025 às 10h19.

Por Renato Medicis*

Falar de Amazônia é também falar de futuro. O Dia da Amazônia, celebrado em 5 de setembro, é uma oportunidade de reflexão sobre a importância de preservar o maior bioma tropical do planeta, garantindo que sua riqueza natural esteja sempre conectada ao desenvolvimento sustentável e à qualidade de vida da população. E esse futuro depende de escolhas responsáveis, entre elas, a universalização do saneamento básico.

Na região amazônica, onde os desafios de infraestrutura são intensos por causa da extensão territorial, das características geográficas e da diversidade social, levar água tratada e esgotamento sanitário é também um ato de inclusão. É garantir segurança hídrica, prevenir doenças e proteger os rios e florestas que sustentam a vida local e global. E o saneamento funciona como um elo estratégico que conecta preservação ambiental, saúde pública e dignidade social.

A COP30 contribuiu para a antecipação de operações que permitirão a universalização do saneamento em cidades da Amazônia. Isso significa tratar de questões históricas. Iniciamos a operação em Belém e em mais dois municípios da região metropolitana, em uma entrega coordenada ainda antes da realização da COP30. A universalização do saneamento é um legado, uma infraestrutura que fica e servirá à população e ao meio ambiente. Estamos falando de 40 anos de atuação que transformarão a vida da região muito antes disso.

Avanços que transformam realidades

Nos últimos anos, avanços concretos demonstram que é possível superar obstáculos históricos. Em Manaus (AM), alcançamos a universalização do abastecimento de água, beneficiando diretamente cerca de 200 mil pessoas com acesso à água tratada, de forma regular, em áreas vulneráveis. Por meio de iniciativas como a Tarifa Social e a Tarifa 10, democratizamos o acesso e fomentamos justiça social, protegendo cerca de 600 mil manauaras com os benefícios voltados às famílias em situação de vulnerabilidade.

Ainda na capital amazonense, criamos soluções inovadoras de engenharia, com redes de água elevadas, para regularizar os serviços de água e esgoto em uma área vulnerável de palafitas, iniciativa que foi reconhecida pelo Pacto Global da ONU e que inspira iniciativas para outros municípios da região amazônica, em linha com os objetivos do Novo Marco Legal do Saneamento.

A atuação da Companhia também se estende ao Pará, com destaque para Barcarena, onde o acesso universal ao saneamento será antecipado em 2025, beneficiando 120 mil pessoas antes mesmo da COP30 e tornando o município o primeiro do estado a cumprir as metas definidas pela lei. Mais recentemente, a concessão de 126 municípios paraenses amplia ainda mais esse compromisso: são R$ 18,7 bilhões em investimentos que irão transformar a vida de 5,5 milhões de pessoas, incluindo em Belém, onde a operação foi antecipada.

Sustentabilidade, inclusão e futuro

Celebrar o Dia da Amazônia é reafirmar que desenvolvimento sustentável, inclusão social e saneamento básico caminham lado a lado. É reconhecer que proteger o bioma não significa apenas preservar a floresta, mas também assegurar que cada família que nele vive tenha acesso à saúde, dignidade e oportunidades.

A universalização do saneamento na região amazônica é mais do que um objetivo: é mudar o passado a partir de um compromisso com a transformação do presente e com o futuro. Com a justiça social, vamos contribuir com a preservação de um patrimônio que pertence a toda a humanidade.

*Renato Medicis, vice-presidente da Aegea