Repórter
Publicado em 20 de agosto de 2025 às 17h15.
Última atualização em 20 de agosto de 2025 às 17h24.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta quarta-feira, 20, que uma alteração nas normas de tributação dos Estados Unidos beneficiará as exportações brasileiras, com um alívio de US$ 2,6 bilhões em meio ao tarifaço americano de 50%.
"De acordo com Alckmin, o Departamento de Comércio dos EUA decidiu que os produtos industrializados do Brasil, que contêm aço e alumínio, não estarão mais sujeitos à sobretaxa de 50%. Em vez disso, esses produtos passarão a seguir as regras globais estabelecidas para esse tipo de material.
"O produtor que tiver aço ou alumínio passa a vigorar a [seção] 232 nessa parte do produto. Isso melhora nossa competitividade na área industrial. Se eu vendo uma máquina que tem aço, essa parte do aço, nós ficamos igual ao mundo inteiro", disse.
Segundo o vice-presidente, a mudança nas regras americanas, , proporcionará um alívio correspondente a 6,4% do total de US$ 40 bilhões que o Brasil exporta para os EUA, favorecendo setores como máquinas, equipamentos e motocicletas.
“Isso vai trazer um avanço na competitividade industrial”, afirmou.
A declaração ocorreu após o vice-presidente entregar ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), um conjunto de medidas voltadas a impulsionar o comércio exterior e a ajudar as empresas brasileiras a lidarem com as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
No Congresso, Alckmin solicitou urgência na votação da medida provisória 1309/2025, conhecida como MP do Tarifaço, que o governo chama de Brasil Soberano.
Ele também pediu celeridade na tramitação dos Projetos de Lei Complementar (PLPs) que visam ampliar o crédito e expandir programas de incentivo, como o Reintegra e a prorrogação, por mais um ano, do drawback, regime aduaneiro que permite a isenção, suspensão ou restituição de tributos sobre insumos usados na produção de bens destinados à exportação.
O presidente Donald Trump surpreendeu os setores da indústria e do varejo dos Estados Unidos nesta terça-feira, ao ampliar as tarifas sobre aço e alumínio para incluir mais de 400 itens de consumo que utilizam esses metais, como motocicletas e utensílios de mesa.
Despachantes aduaneiros e importadores tiveram pouco tempo para se ajustar à mudança, que entrou em vigor na segunda-feira e afetou também as mercadorias já em trânsito, segundo informações da Bloomberg.
A nova lista de produtos com tarifas foi divulgada pela Alfândega e Proteção de Fronteiras na sexta-feira. A decisão foi confirmada nesta terça-feira, 19, pelo Departamento de Comércio dos EUA, que informou que 407 categorias de produtos derivados de aço e alumínio estariam agora sujeitas à tarifa setorial.
“A ação de hoje abrange turbinas eólicas e suas peças e componentes, guindastes móveis, tratores de esteira (bulldozers) e outros equipamentos pesados, vagões ferroviários, móveis, compressores e bombas, além de centenas de outros produtos”, afirmou o Departamento de Comércio em um comunicado.
De acordo com a nota, os novos produtos incluídos estarão sujeitos a uma alíquota de 50%, que se aplica a todos os itens que contêm derivados de aço e alumínio, independentemente de seu país de origem.