Agência de notícias
Publicado em 4 de agosto de 2025 às 17h22.
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta segunda-feira que o plano de contingência que o governo prepara para ajudar setores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos vai incluir compras governamentais, além de crédito a empresas.
Em entrevista após reunião com representantes do setor produtivo, o vice anunciou ainda que o conselho de ministro da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou a consulta do Brasil à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a taxação de Donald Trump a produtos nacionais.
— O plano de contingência prevê varias medidas, crédito, compras governamentais. Prevê várias medidas que serão anunciadas — disse Alckmin.
No mês passado, o Brasil criticou, em reunião do Conselho Geral da OMC, as medidas unilaterais impostas pelos Estados Unidos aos parceiros internacionais. Sem citar nominalmente o país, o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Philip Fox-Drummond Gough, afirmou que as tarifas estão sendo usadas para interferir em assuntos internos de outros países, em uma referência velada aos ataques do presidente Donald Trump ao Judiciário brasileiro.
— O mundo está testemunhando uma mudança extremamente perigosa em direção ao uso de tarifas como ferramenta em tentativas de interferir nos assuntos internos de terceiros países. Como uma democracia estável, o Brasil tem firmemente enraizados em nossa sociedade princípios como o Estado de Direito, a separação de Poderes, o respeito às normas internacionais e a crença na solução pacífica de controvérsias — disse o embaixador.
Trump tem declarado que o ex-presidente Jair Bolsonaro está sendo perseguido pelo Judiciário nacional. Ele anunciou que, a partir de 1º de agosto, será aplicada uma sobretaxa de 50% a todos os produtos brasileiros e determinou a suspensão dos vistos de entrada nos EUA de sete magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), além de Alexandre de Moraes.
Em seu discurso, Gough enfatizou que o mundo assiste a um ataque sem precedentes ao sistema multilateral de comércio e à credibilidade da OMC. Afirmou que as tarifas são arbitrárias e violam as normas internacionais.