Central Bank headquarters in Brasilia, Brazil, on Tuesday, June 20, 2023. Labor unions are protesting rising interest rates as the Central Bank Monetary Policy Committee (Copom) is set to make their decision on Wednesday. Photographer: Arthur Menescal/Bloomberg via Getty Images (Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 13 de maio de 2025 às 08h57.
Última atualização em 13 de maio de 2025 às 09h14.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira, 13, mostrou que os diretores do Banco Central (BC) observam um cenário de incerteza, especialmente externa, que demanda "cautela adicional" e flexibilidade sobre a condução da política monetária.
"Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação", disse.
O colegiado afirmou que os efeitos do estágio avançado do ciclo de alta da Selic ainda devem se refletir na economia. No documento, os diretores destacam que a moderação da atividade é um elemento 'necessário' para a convergência da inflação à meta.
O BC afirmou que os juros altos têm contribuído para a moderação do crescimento, com efeitos no mercado de crédito, nas sondagens empresariais, no mercado de câmbio, nos balanços das empresas, assim como na moderação de alguns indicadores de atividade e de mercado de trabalho.
"Tais impactos são esperados e requeridos para a convergência da inflação à meta. Dadas as defasagens inerentes aos mecanismos de política monetária, espera-se que tais efeitos se aprofundem nos próximos trimestres", disse.
Em um trecho do comunicado, o colegiado destacou que o cenário para a inflação prescreve que os juros fiquem ao nível "significativamente" contracionista "por período prolongado".
"O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta”, afirmou.
A sinalização deixa em aberto os seus próximos passos do BC. As apostas do mercado financeiro se dividem entre manutenção em 14,75% no encontro de junho ou mais uma alta de 0,25 ponto percentual, para 15%. No último Boletim Focus, o mercado manteve a expectativa de 14,75% ao fim do ano.
Na semana passada, o Copom aumentou em 0,50 ponto percentual a Selic, de 14,25% para 14,75% ao ano. A taxa básica de juros atingiu o maior patamar desde agosto de 2006, quando a taxa também estava em 14,75%.