Economia

Avaliação da economia deve colocar governo em alerta

De acordo com o levantamento, caiu de 50% para 45% o número de brasileiros que aprovam a política de combate à inflação do governo


	A presidente Dilma Rousseff: para especialistas, a falta de coordenação do governo na área econômica já está sendo percebida pela sociedade
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

A presidente Dilma Rousseff: para especialistas, a falta de coordenação do governo na área econômica já está sendo percebida pela sociedade (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2012 às 13h28.

São Paulo - Apesar de a presidente Dilma Rousseff encerrar o ano com uma aprovação pessoal de 78%, apontadas nesta sexta-feira pela pesquisa CNI/Ibope, a avaliação dos 2.002 entrevistados sobre o desempenho econômico do governo chamou a atenção de cientistas políticos ouvidos pela Agência Estado.

De acordo com o levantamento, caiu de 50% para 45% o número de brasileiros que aprovam a política de combate à inflação do governo, de 49% para 41% os que apoiam a política de redução de taxa de juros e subiu de 57% para 65% o porcentual de insatisfeitos com a política de impostos do governo. "É no mínimo uma luz amarela para o governo tomar medidas", avaliou o vice-coordenador do curso de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marco Antonio Teixeira.

Para o especialista, a falta de coordenação na área econômica já está sendo percebida pela sociedade. "A credibilidade do governo pode começar a ser afetada daqui para frente", alertou.

Na opinião de Teixeira, a "inquietação" do brasileiro no aspecto econômico pode ter efeitos a médio prazo, mas, enquanto emprego e renda não forem afetados, a aprovação pessoal da presidente deverá seguir em alta. No entanto, se as dificuldades econômicas fugirem do controle, essa popularidade pode desmoronar, comprometendo a reeleição de Dilma em 2014. "A questão econômica é chave para qualquer governo", disse Teixeira.


O professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais, Fábio Wanderley Reis, concorda que os números da nova pesquisa põem o governo Dilma em alerta. "Neste momento, as coisas estão mais negativas do que estavam há algum tempo. Há aspectos da política econômica que não têm dado certo, como o crescimento econômico", afirmou.

Por enquanto, ressaltam os especialistas, o eleitorado consegue separar a figura pessoal da presidente da República e manter a aprovação de seu governo em 62%. "Há pessoas que separam as duas coisas: uma coisa é a avaliação pessoal da Dilma, outra é a avaliação do êxito do governo na política econômica", acrescentou o cientista político.

De acordo com Reis, 2013 será um ano decisivo para o governo e para a sucessão presidencial de 2014. "A questão é saber se no ano que vem a gente vai efetivamente conseguir arrancar (crescer economicamente)", comentou o cientista político.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraGoverno DilmaIbope

Mais de Economia

Banco Mundial reduz para 2,3% previsão de crescimento global em 2025 devido à guerra comercial

Indústria é contra aumento de impostos para setor produtivo, diz presidente da CNI

Medidas do governo só afetam 'morador de cobertura', diz Haddad

Após reunião com Lula, Haddad diz que pacote alternativo ao IOF deve ser enviado à Casa Civil hoje