Economia

Brasil ainda espera resposta dos EUA para acordo comercial, diz Alckmin

Nesta quinta-feira, o presidente norte-americano Donald Trump anunciou retirada de tarifas de 40% sobre alguns produtos brasileiros

Geraldo Alckmin: vice-presidente celebrou a decisão dos EUA de revogar tarifas de 40% sobre alguns produtos (Cadu Gomes/VPR/Getty Images)

Geraldo Alckmin: vice-presidente celebrou a decisão dos EUA de revogar tarifas de 40% sobre alguns produtos (Cadu Gomes/VPR/Getty Images)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 21 de novembro de 2025 às 18h04.

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O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, celebrou nesta sexta-feira, 21, a decisão do presidente americano Donald Trump de revogar tarifas de 40% aos produtos brasileiros.

Apesar dessa mudança na postura da Casa Branca, Alckmin ressaltou que 22% das exportações brasileiras para os Estados Unidos ainda estão sujeitas a uma tarifa de 50%.

"Tivemos agora o maior avanço e 238 produtos saíram do tarifaço", afirmou, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. "Estávamos com 36% de produtos com tarifa 50% e reduzimos para 22%".

Por outro lado, Alckmin ressaltou que o governo brasileiro ainda aguarda resposta de Washington para a conclusão do acordo comercial.

"Na exposição de motivos do presidente Trump, ele destaca o diálogo com o presidente Lula. Foi importante o diálogo. Continuamos otimistas e o trabalho não terminou, mas avança com menos barreiras. Alguns produtos de alimentos, como pecado, mel e uva, e produtos industriais ainda estão no tarifaço".

Entenda a decisão de Trump sobre as tarifas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu isentar uma lista de 238 produtos brasileiros da tarifa de 40%, com foco principalmente em itens agrícolas. Entre os produtos beneficiados estão café, carne bovina, tomate, banana e açaí. A lista também inclui bambu, castanha de caju, manga, mandioca, goiaba e chás, como verde, preto e mate. Café e carne bovina estão entre os principais produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos.

Essa medida representa o primeiro avanço importante no esforço do governo brasileiro para reduzir o impacto das altas tarifas, que podem chegar a 50%, sobre suas exportações para os Estados Unidos. Na ordem executiva que amplia as isenções, Donald Trump vinculou a decisão às negociações comerciais iniciadas entre os EUA e o Brasil após o encontro do presidente republicano com Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrido na Malásia, em outubro.

Segundo comunicado publicado no site oficial da Casa Branca, as negociações entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continuam.

"Após analisar as informações e recomendações que me foram fornecidas por esses funcionários e o andamento das negociações com o Governo do Brasil, entre outros fatores, determinei ser necessário e apropriado modificar o escopo dos produtos sujeitos à alíquota adicional de imposto ad valorem", afirmou Trump na ordem executiva.

As alterações, segundo o governo dos EUA, entrarão em vigor em relação às mercadorias importadas para consumo, ou retiradas do armazém para consumo a partir do dia 13 de novembro.

A decisão de Trump acontece em um momento de pressão para o governo americano, que tem sido cobrado pela redução dos custos de itens de supermercado.

Na ordem executiva, a Casa Branca afirma que "a decisão poderá ajudar a reduzir os preços do café, do suco de laranja e da carne bovina em particular, oferecendo um alívio para os americanos que têm sofrido com o peso das altas contas de supermercado e com a avaliação cada vez mais negativa de Trump em relação à sua gestão da economia".

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