Economia

CNI pede ao governo para negociar com os Estados Unidos adiamento da tarifa por 90 dias

Pedido foi apresentado em reunião entre o presidente da entidade, Ricardo Alban, os presidentes de federações e a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Lacerda Prazeres

Palácio do Planalto: pedido foi apresentado em reunião virtual convodada nesta segunda-feira, 14, pelo presidente daCNI, Ricardo Alban, com os presidentes das federações das indústrias de todo o país  e com a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Lacerda Prazeres (Leandro Fonseca/Exame)

Palácio do Planalto: pedido foi apresentado em reunião virtual convodada nesta segunda-feira, 14, pelo presidente daCNI, Ricardo Alban, com os presidentes das federações das indústrias de todo o país  e com a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Lacerda Prazeres (Leandro Fonseca/Exame)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 14 de julho de 2025 às 19h02.

Última atualização em 14 de julho de 2025 às 19h22.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) pediu ao governo que negocie com os Estados Unidos um adiamento mínimo de 90 dias na aplicação das novas tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump.

A carta enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que a sobretaxa de 50% valerá a partir de 1º de agosto. Entretanto, o ato executivo do governo norte-americano ainda não foi publicado.

O pedido foi apresentado em reunião virtual convodada nesta segunda-feira, 14, pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, com os presidentes das federações das indústrias de todo o país e com a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres.

Tarifaço pode implicar perda 110 mil empregos

A entidade informou que o prazo é considerado essencial para que a indústria brasileira possa analisar de forma mais aprofundada os efeitos da medida, além de buscar soluções diplomáticas para evitar perdas mais amplas. Segundo a CNI, a secretária a assegurou que as ponderações serão encaminhadas ao governo.

A estimativa preliminar apresentada durante a reunião, informou a CNI, aponta para uma possível perda de pelo menos 110 mil postos de trabalho, caso a medida entre em vigor nos termos anunciados, além de forte impacto negativo no Produto Interno Bruto (PIB).

Os participantes também destacaram a importância de conduzir o processo com prudência, equilíbrio e diálogo técnico, preservando os canais institucionais entre os dois países e reforçando a necessidade de cooperação para manter relações comerciais estáveis e previsíveis.

Reunião de Alckmin com empresários

Como mostrou a EXAME, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira, 14, que se reunirá nesta terça-feira, 15, com empresários da indústria e do agronegócio para debater o tarifaço.

As reuniões serão conduzidas por meio do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, que será criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por meio do decreto que regulamenta a lei da reciprocidade, que deve ser publicado até esta terça.

Segundo Alckmin, a primeira reunião ocorrerá às 10h e terá representantes dos setores de aviação, aço, alumínio, celulose, máquinas, calçados, móveis e autopeças. Além da pasta comandada por Alckmin, farão parte do comitê representantes da Casa Civil, do Ministério da Fazenda, do Ministério de Relações Exteriores.

Na parte da tarde, às 14h, Alckmin terá reuniões com empresários dos setores de suco de laranja, carnes, frutas, mel, couro e pescados. Representantes do Ministério da Agricultura, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério da Pesca também participarão desta reunião.

Além das empresas brasileiras, Alckmin afirmou que buscará diálogo com entidades e companhias norte-americanas.

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