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Consignado privado pode alcançar R$ 100 bilhões até o fim do ano no país, diz presidente da Caixa

Estimativa de Carlos Vieira é superior ao volume concedido pelo consignado tradicional ao longo de duas décadas

Agência o Globo
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Publicado em 5 de junho de 2025 às 14h49.

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O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, afirmou que, mantido o atual ritmo de concessão, o volume total de crédito consignado privado no país pode alcançar R$ 100 bilhões até o fim deste ano. Ele lembrou que, ao longo de duas décadas, o crédito consignado privado tradicional atingiu volume de apenas R$ 40 bilhões.

Apesar desse número já expressivo, Vieira pondera que os resultados podem ser ainda maiores. A avaliação da Caixa é que há espaço para um avanço nessa modalidade nos próximos meses, em linha com a avaliação de bancos privados como Itaú e Bradesco, que projetam maior alavancagem ao longo do ano.

— O crédito do trabalhador começou no dia 21 de março. De lá para cá, nós já passamos a barreira dos R$ 12 bilhões. Se for nessa projeção, nós vamos chegar ao final do ano com algo em torno de R$ 100 bilhões concedidos por essa modalidade — disse em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, após divulgação dos resultados do banco.

O executivo explicou que, até então, muitos consumidores recorriam a linhas de crédito mais caras, como o parcelamento do cartão de crédito. Com a entrada do crédito consignado privado, instituições financeiras também precisaram se adaptar num primeiro momento. A implementação inicial ocorreu por meio do ambiente da Dataprev, mas, na sequência, os bancos passaram a desenvolver seus próprios sistemas.

— Há um elemento novo, que a gente não consegue aferir ainda, de entrantes nesse crédito. Então, assim, você tende a aumentar essa base de crédito, porque você tem entrantes que, muitas vezes, não tinham nem acesso à capacidade de tomar esse crédito. Como eu falei, você consegue simular em três cliques na Caixa Econômica, em cinco minutos. Então, a gente acha que tende a crescer muito esse crédito.

Na Caixa, a maior parte dos contratos firmados não se destinou à troca de dívidas, mas sim à contratação de novos empréstimos. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerando o mercado como um todo, a maioria das concessões se referem a trocas de dívida.

O presidente da Caixa ressaltou ainda que o mercado enxerga essa nova modalidade como uma oportunidade relevante, tanto para ampliar a competitividade e reduzir as taxas de juros, quanto para democratizar o acesso ao crédito no país.

— É um momento concorrencial extremamente importante para que a gente trabalhe o conceito de taxa e a disponibilidade de crédito. A Caixa tem a taxa menor do mercado, de 2,5% em média, mas nós chegamos a praticar abaixo de 1,7%, dependendo do rating.

Resultados do banco

A Caixa Econômica Federal encerrou o primeiro trimestre de 2025 com lucro recorrente de R$ 4,9 bilhões, resultado 71,5% superior ao registrado no mesmo período de 2024. Segundo os executivos do banco, o desempenho se dá, principalmente, pelo avanço na concessão de crédito e no controle de despesas.

A carteira de crédito do banco alcançou saldo de R$ 1,26 trilhão no período, crescimento de 10,7% em relação ao ano anterior. A margem financeira somou R$ 16 bilhões até março, alta de 4,8% na comparação anual. O retorno sobre patrimônio (ROE) também cresceu, fechando o trimestre em 11,8%, avanço de 2,8 pontos percentuais.

Apesar dos indicadores positivos, o índice de inadimplência teve um pequeno aumento de 0,15 ponto percentual, atingindo 2,49% em março. A instituição, no entanto, avalia que deve recuperar esse patamar ao longo do tempo.

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