Agência de notícias
Publicado em 11 de junho de 2025 às 15h54.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quarta-feira que é necessário implementar medidas de cortes de gastos e a Reforma Administrativa, diante da “situação importável” que o país enfrenta. Ele ressaltou que o governo precisa tomar frente da discussão sobre ajuste fiscal.
— Estamos tentando adiar o inadiável, não dá mais para empurrar sujeira para debaixo do tapete, porque está insuportável para o país essa condição. Essa discussão acabou sendo tracionada e os partidos a Câmara e o Senado estão liderando esse debate — disse o presidente da Câmara durante participação no 3º Simpósio Liberdade Econômica, em Brasília.
Para Motta, o governo do presidente Lula precisa liderar a discussão sobre corte de gastos para enfrentar a situação fiscal do país.
— O Executivo tem que liderar essa agenda, tem que vir à frente, defender o que é correto para o país de podermos já agora darmos uma mudada do ponto de vista fiscal — afirmou
O presidente da Câmara voltou a criticar o pacote fiscal negociado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) com o Congresso prevendo a taxação de investimentos hoje isentos, como a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e a Letra de Crédito Imobiliário (LCI).
— Uma coisa eu posso garantir, o Congresso Nacional, a Câmara e o Senado estão bastante incomodados com medidas que venham aumentar impostos, aumentar tributos, sem fazer o dever de casa fiscal, sem fazer o dever de casa de corte de gastos — discursou Motta.
Nas discussões sobre o pacote alternativo ao aumento de IOF, por enquanto, só ficaram acertadas medidas de elevação das receitas. Haddad sinalizou que a ideia é retomar medidas que não foram aprovadas ou apreciadas pelo Congresso, juntando com novas propostas dos parlamentares.
Nesta quarta, Haddad admitiu que as novas medidas de arrecadação propostas pelo governo podem "assustar" em um primeiro momento, mas argumentou que as mudanças avaliadas são importantes para "corrigir distorções".
Ele citou números de renúncia fiscal com o agronegócio e com títulos isentos, que serão afetados no pacote fiscal que vai substituir parte do aumento do IOF.
— As medidas que nós mandamos podem assustar em primeiro momento. De domingo para cá, muita gente veio conversar comigo e com vocês para falar o quão injusto é pagar IR. Não é o que eu ou vocês pagam, porque nós temos 27,5% de desconto na folha — disse em participação na audiência pública na Câmara dos Deputados.