Economia

Destruição de paraíso freia fluxo vital de dólares

Filipinas precisa se apressar para reconstruir os resorts nas praias e a infraestrutura para trazer de volta o essencial gasto em turismo


	Destruição causada pelo tufão Haiyan nas Filipinas: tufão destruiu resorts nas ilhas do norte de Cebu
 (REUTERS/Romeo Ranoco)

Destruição causada pelo tufão Haiyan nas Filipinas: tufão destruiu resorts nas ilhas do norte de Cebu (REUTERS/Romeo Ranoco)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2013 às 22h45.

Manila - As Filipinas, devastadas pelo supertufão Haiyan e um terremoto de 7,2 graus de magnitude no mês passado, precisa se apressar para reconstruir os resorts nas praias e a infraestrutura para trazer de volta o essencial gasto em turismo.

Pelo menos 2.357 pessoas foram mortas e centenas de milhares ficaram sem casa depois que o país do sudeste asiático foi atingido por uma das tormentas mais poderosas já registradas em 8 de novembro. Em 15 de outubro, um terremoto matou pelo menos 222 pessoas em Bohol e Cebu. Ambos os fenômenos ocorreram em uma área salpicada por resorts que depende da receita gerada com mergulhadores e turistas que vão à praia.

O turismo é quarta maior fonte de dólares do país depois das exportações, do envio de remessas desde o exterior e da terceirização. O presidente Benigno Aquino conta com um recorde de cinco milhões de turistas do exterior neste ano para criar empregos e impulsionar as economias rurais.

“O turismo continuará crescendo, mas provavelmente a um ritmo menor porque as províncias de Bohol e Cebu são dois pontos turísticos de importância que foram afetados”, prognosticou Emilio Neri, economista no Banco das Ilhas Filipinas, em Manila. “A contribuição do turismo para a economia está crescendo aos poucos, e os visitantes estão aumentando muito mais rápido graças aos esforços de promoção”.

O tufão destruiu resorts nas ilhas do norte de Cebu. O terremoto, ocorrido há um mês, danificou igrejas construídas há séculos e provocou cancelamentos de turistas coreanos e chineses.

Contribuição econômica

Espera-se que a proporção do PIB gerada pela indústria passe dos atuais 6,7 por cento para 7,8 por cento em 2015 graças à integração à Associação de Nações do Sudeste Asiático, que impulsionará o crescimento turístico, segundo o Secretário de Turismo, Ramon Jimenez. O governo espera que a receita gerada pelos visitantes internacionais passe de US$ 3,8 bilhões em 2012 para US$ 4,8 bilhões neste ano, afirmou em 17 de outubro o Vice-Secretário de Turismo, Daniel Corpuz.


Os desembarques de estrangeiros nos sete meses finalizados em julho aumentaram 11 por cento em relação há um ano, totalizando 2,8 milhões, e o governo está a caminho de atingir a marca de 5 milhões este ano, segundo informou em 17 de setembro.

“As interrupções são temporárias e logo os turistas perceberão que o grande número de pontos turísticos, incluindo os de mergulho, nas mais de 7.107 ilhas das Filipinas continuam disponíveis e prontas para os visitantes”, disse Jimenez.

Sem eletricidade

A ilha de Boracay, nas Visayas, que evitou a destruição generalizada causada por Haiyan em outras áreas, perdeu mais de 4 mil visitantes depois do cancelamento de 40 voos em 8 e 9 de novembro, afirmou em entrevista por telefone o oficial de campo responsável Artemio Ticar. Boracay atraiu mais de 1.1 milhão de visitantes locais e estrangeiros nos dez meses encerrados em outubro, acrescentou Ticar.

Cerca de 1.300 turistas coreanos e 100 chineses cancelaram suas visitas às Visayas após o terremoto, informou Corpuz no mês passado. Os prejuízos para as estradas e para os prédios, incluindo igrejas, ascenderam a 2,3 bilhões de pesos filipinos, conforme um relatório do governo.

“O terremoto e o supertufão certamente terão um grande impacto sobre a nossa indústria turística”, disse Lito Maderazo, presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Cebu, em entrevista por telefone. “Muitos turistas que vão a Bohol entram por Cebu”.

As Filipinas são o país mais vulnerável a catástrofes naturais do mundo, conforme a Maplecroft, uma companhia de pesquisa de riscos sediada em Bath, Inglaterra. O Banco de Desenvolvimento da Ásia estima que as perdas anuais médias causadas por tufões e terremotos sejam de US$ 1,6 bilhão, o maior valor no sudeste asiático.

“A maior ironia é que as Filipinas têm mais de 7.100 ilhas, mas temos menos portos que o Camboja”, disse Neri.

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