Economia

Fazenda projeta crescimento do PIB em 2,5% e prevê queda na inflação

Pasta revisa projeções diante de mercado de trabalho aquecido e alívio nos preços de alimentos e bens industriais; cálculos não levam em consideração eventuais efeitos do tarifaço de Trump

 (EDU ANDRADE/Ascom/MF/Flickr)

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Agência o Globo
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Publicado em 11 de julho de 2025 às 10h58.

Última atualização em 11 de julho de 2025 às 11h00.

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou para cima a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 de 2,4% para 2,5%, segundo o boletim macrofiscal divulgado nesta sexta-feira, 11.

A projeção de inflação também foi reduzida, o IPCA, principal índice de preços do consumidor, caiu de 5% para 4,9%.

Os cálculos não levam em consideração eventuais efeitos da sobretaxa de 50% sobre os produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e potenciais reflexos inflacionários de contramedidas brasileiras.

A Fazenda avalia que os efeitos serão localizados, afetando principalmente setores industriais exportadores. Caso as negociações por um recuo americano não avancem, o tarifaço entrará em vigor no dia 1º de agosto.

"Produtos básicos tendem a ser redirecionados com mais facilidade a outros países e regiões que bens manufaturados. Considerando esse panorama, o impacto das tarifas tende a ser pouco significativo no crescimento de 2025, embora alguns setores da indústria de transformação possam ser especialmente prejudicados", diz trecho do boletim.

De acordo com o boletim, a revisão do PIB reflete a resiliência do mercado de trabalho e o aumento da produção agropecuária, com destaque para milho, café, algodão e arroz.

Apesar disso, a SPE alerta para uma desaceleração da economia nos próximos trimestres, com expectativa de crescimento de 0,6% no segundo trimestre de 2025, ante 1,3% do primeiro.

Pelo lado da inflação, o boletim aponta que a valorização do real frente ao dólar, a queda nos preços de alimentos e bens industriais e a deflação de produtos no atacado ajudaram a aliviar os preços. O Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC) também foi revisto para baixo, de 4,9% para 4,7%.

A previsão para o IGP-DI caiu ainda mais, de 5,6% para 4,6%, puxada pela deflação de soja e minério de ferro. Para 2026, o IPCA foi mantido em 3,6%, dentro da meta do Conselho Monetário Nacional.

No cenário externo, o boletim destaca a incerteza causada pelas políticas comerciais dos Estados Unidos e seus impactos sobre o comércio global.

Na área fiscal, o Prisma Fiscal projeta um déficit primário de R$ 72,1 bilhões para 2025, abaixo da estimativa de R$ 84,3 bilhões feita em janeiro. A dívida bruta do governo deve ficar em 80% do PIB, ante 82% estimados no fim de 2024.

A arrecadação federal esperada subiu para R$ 2,88 trilhões, enquanto as despesas devem atingir R$ 2,39 trilhões. O PIB nominal projetado para 2025 aumentou para R$ 12,69 trilhões.

Principais projeções para 2025:

  • PIB: 2,5%
  • IPCA: 4,9%
  • INPC: 4,7%
  • IGP-DI: 4,6%
  • Déficit primário (Prisma Fiscal): R$ 72,1 bilhões
  • Dívida bruta (DBGG): 80% do PIB
  • Arrecadação federal: R$ 2,88 trilhões
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