Agência de notícias
Publicado em 11 de julho de 2025 às 16h17.
A agência de classificação de risco americana Fitch estima que a tarifa efetiva sobre os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos será de 35%. O cálculo leva em conta isenções e tarifas especiais para setores, como aço e autopeças, que já haviam sido anunciadas. No entendimento da agência, estas não se somarão aos 50% anunciados nesta semana pelo presidente americano, Donald Trump.
Questionada, a Fitch afirmou que “a comunicação oficial (carta de Trump) não está totalmente clara quanto à questão das exceções”, mas que acredita que as existentes se manterão. A interpretação da agência vem diante do trecho da carta afirmando que a alíquota de 50% será cobrada “separadamente de todas as tarifas setoriais”.
“Entendemos que a alíquota de 50% é uma medida recíproca, substituindo a tarifa anterior de 10% e incorporando as tarifas setoriais atualmente em vigor — ou seja, tarifa zero para algumas exceções, 50% para alumínio e aço, e 25% para automóveis e autopeças”, disse a agência em nota.
O cálculo preliminar da Fitch leva em conta a divisão do total projetado de tarifas (cerca de US$ 14 bilhões) pelas importações estimadas em 2024 (de US$ 42 bilhões), levando em conta as exceções.
A estimativa de que a tarifa efetiva seja de 35% sobre todas as importações brasileiras pelos EUA leva em conta essas exceções, como, as vendas do setor de óleo e gás para os americanos: “com valor estimado em cerca de US$ 9 bilhões (previsão para 2024), esperamos que continue recebendo tratamento tarifário zero”, disse a Fitch.
Segundo a agência, o Brasil exportou para os Estados Unidos cerca de US$ 700 milhões em aço e alumínio no ano passado, além de US$ 300 milhões em insumos farmacêuticos, US$ 2,7 bilhões em produtos como cobre e madeira, além de US$ 100 milhões em semicondutores e outros produtos tecnológicos.