Economia

FMI detecta menor antecipação de importações por causa de novos acordos comerciais dos EUA

Fenômeno foi registrado globalmente no primeiro trimestre do ano

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 24 de julho de 2025 às 16h08.

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta quinta-feira, 24, ter detectado uma redução na importação antecipada, um fenômeno registrado globalmente no primeiro trimestre do ano devido às tensões comerciais, em um momento marcado pelos novos acordos que os Estados Unidos estão firmando com diferentes parceiros.

"No primeiro trimestre, os dados mostraram uma concentração antecipada das exportações e importações diante do que estava previsto naquele momento, que eram os aumentos tarifários", explicou em entrevista coletiva a porta-voz do FMI, Julie Kozack.

"Os dados mais recentes apontam para um desvio do comércio e para uma certa redução da importação antecipada", acrescentou Kozack ao ser questionada sobre os efeitos percebidos a partir de abril, acompanhando as medidas e acordos anunciados pelo governo do presidente americano, Donald Trump, que assinou novos pactos com Reino Unido, Indonésia, Japão e Filipinas nos últimos meses.

A importação antecipada ocorre quando as empresas adquirem bens do exterior antes do habitual e em maiores quantidades para evitar fenômenos que os importadores preveem, como interrupções nas cadeias de suprimentos ou aumentos de custos, neste caso, pela imposição de tarifas.

Kozack enfatizou que, além de novos acordos, nos últimos meses os EUA também anunciaram alguns desacordos e novas tarifas setoriais, como as que afetam o aço, o alumínio e o cobre.

Desde junho, Washington duplicou as tarifas do aço e alumínio para 50%, e há duas semanas anunciou que, a partir de 1º de agosto, imporá uma tarifa similar às importações de cobre.

A porta-voz assinalou que, no relatório de perspectiva publicado na primavera (hemisfério norte), o FMI calculou uma taxa tarifária efetiva média para os EUA de 14% após a pausa que Trump anunciou em 9 de abril para o que chama de "tarifas recíprocas".

Kozack lembrou que "houve algumas reduções em algumas taxas tarifárias e aumentos em outras", e por isso, em seu próximo relatório de perspectiva, a ser divulgado na próxima terça-feira, o FMI "terá que elaborar uma avaliação exaustiva para determinar qual seria a nova taxa tarifária efetiva que irá prevalecer".

O relatório buscará estabelecer se esses números contribuem para aumentar ou reduzir os altos níveis de incerteza global que a organização destacou nos relatórios de abril.

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