Economia

França cria medidas fiscais para atrair empresas após Brexit

Entre as medidas anunciadas, está uma modificação do regime fiscal aplicado aos empregados procedentes do exterior


	Manuel Valls: entre as medidas anunciadas, está uma modificação do regime fiscal aplicado aos empregados procedentes do exterior
 (Gonzalo Fuentes / Reuters)

Manuel Valls: entre as medidas anunciadas, está uma modificação do regime fiscal aplicado aos empregados procedentes do exterior (Gonzalo Fuentes / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2016 às 13h00.

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, revelou nesta quarta-feira uma série de medidas para reforçar os atrativos empresariais de Paris, depois da vitória do Brexit, que deixará a City de Londres fora da União Europeia.

Entre as medidas anunciadas, está uma modificação do regime fiscal aplicado aos empregados procedentes do exterior.

As reduções fiscais a esses funcionários serão aplicáveis por oito anos e não cinco, como acontece atualmente.

Valls confirmou também uma redução do imposto de sociedades para levá-lo progressivamente a 28%, frente ao atual 33%. Em Londres, o ministro das Finanças, George Osborne, disse nesta segunda-feira quer reduzir esse mesmo imposto a menos de 15%.

O voto dos britânicos "criou uma onda de choque para o conjunto dos cidadãos europeus, e também, e de forma muito concreta, para muitas empresas instaladas no Reino Unido", destacou Valls em uma intervenção no foro Paris Europlace, dedicado à promoção da praça financeira parisiense.

"Nesse novo ambiente que se forma, queremos uma França atrativa", acrescentou o chefe de governo.

Além das medidas fiscais, o governo francês prevê criar uma estrutura única para facilitar as gestões administrativas das empresas estrangeiras que desejem ir para a França.

Esse serviço permitirá atender "de forma global as empresas e seus funcionários", e responderá a "suas perguntas sobre o mercado imobiliário, a expedição de vistos de residência e a escolarização das crianças", detalhou Valls, que espera que o dispositivo esteja pronto em setembro ou outubro.

O primeiro-ministro disse também que serão abertas quantas seções internacionais forem necessárias nas escolas, para que os filhos dos expatriados possam "acompanhar as aulas em sua língua materna".

A decisão dos britânicos de sair da UE suscitou o apetite de várias praças financeiras europeias, que querem atrair as empresas atualmente implantadas em Londres.

A praça de Paris, que tem um polo de gestão de ativos de 3,6 trilhões de euros, multiplicou nos últimos dias os chamados ao mundo das finanças e das grandes empresas, assim como tem feito a praça de Frankfurt.

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