Economia

G20 não deve fechar acordo sobre rejeitar protecionismo

Esboço do comunicado do encontro entre as 20 maiores economias do mundo também deve alerta contra a volatilidade da taxa de câmbio

Reunião do G20 em Baden, na Alemanha (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Reunião do G20 em Baden, na Alemanha (Kai Pfaffenbach/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 17 de março de 2017 às 08h48.

Última atualização em 17 de março de 2017 às 09h50.

Baden - Os líderes financeiros mundiais vão repudiar desvalorizações competitivas e alertar contra a volatilidade da taxa de câmbio, segundo o esboço de comunicado do G20 visto pela Reuters, mas ainda não chegaram a uma postura comum sobre o comércio e o protecionismo.

Os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais das 20 maiores economias do mundo podem ter dificuldades para apresentar uma postura unida sobre o protecionismo depois que a nova administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começou a avaliar a adoção de um imposto de fronteira que tornaria as importações mais caras.

O esboço do comunicado do G20, que ainda pode mudar e será publicado apenas no sábado, também afirma que a política monetária continuará sustentando o crescimento e a estabilidade de preços, mas não pode sozinha levar a um crescimento econômico equilibrado.

"Reiteramos que o excesso de volatilidade e movimentos desordenados nas taxas de câmbio podem ter implicações adversas para a estabilidade econômica e financeira", disse o esboço comunicado visto pela Reuters.

"Vamos fazer consulta nos mercados de câmbio. Reafirmamos nossos compromissos anteriores em termos de taxas de câmbio, inclusive que vamos evitar desvalorizações competitivas e não usaremos as taxas de câmbio para fins competitivos", disse.

Essas frases não estavam no esboço anterior, mas foram reinseridas devido às insistências de vários governos e instituições do G20 para não alarmar os mercados de que estaria a caminho uma mudança de política.

"A política monetária continuará a sustentar a atividade econômica e garantir a estabilidade de preços, consistente com o mandato de bancos centrais, mas a política monetária sozinha não pode levar a um crescimento equilibrado", completou o esboço, repetindo a postura do G20 do ano passado.

Mas o esboço, por enquanto, não faz referência a questões de comércio e protecionismo, rompendo com uma tradição de uma década de comunicados do G20 que, ao longo dos anos, usaram vários tipos de redação para endossar o livre comércio e rejeitar o protecionismo.

Acompanhe tudo sobre:Comércio exteriorG20Protecionismo

Mais de Economia

Tebet avalia que café e carne devem ficar de fora do tarifaço de Trump 'por interesse deles'

Comissão do Senado aprova projeto que amplia isenção de IR para quem ganha até dois salários

Após tarifaço, déficit comercial dos EUA cai em junho com a queda das importações

Em meio ao tarifaço dos EUA, Haddad diz que governo dará atenção especial a setores vulneráveis