Economia

Galípolo é apontado como líder em ascensão pela revista ‘Time’

Para Gita Gopinath, ex-FMI, que assina o perfil do presidente do BC, ele vem cumprindo com o compromisso de reduzir a inflação e tem garantido a independência da autoridade monetária

Agência o Globo
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Publicado em 30 de setembro de 2025 às 14h22.

Última atualização em 30 de setembro de 2025 às 14h38.

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O presidente do Banco Central foi considerado liderança em ascensão pela revista americana Time. Gabriel Galípolo está entre os destaques da nova edição da lista Time100 Next, que reconhece personalidades de várias áreas com potencial para influenciar o futuro da liderança global.

Para a Time, a inclusão de Galípolo reforça o reconhecimento internacional ao trabalho que ele exerce no comando do Banco Central. Seu perfil é assinado por Gita Gopinath, professora de economia em Harvard e ex-diretora-gerente adjunta do Fundo Monetário Internacional (FMI). Gopinath destaca que o economista brasileiro tem conciliado firmeza com visão de longo prazo.

"Gabriel Galípolo me dá esperança de que uma liderança reflexiva e de princípios ainda está viva — mesmo nestes tempos turbulentos"', escreve Gopinath.

Segundo ela, como presidente do Banco Central do Brasil, ele está cumprindo o compromisso da instituição de reduzir a inflação, beneficiando todos os brasileiros e, em especial, os mais pobres, que são os mais afetados pela alta dos preços.

E ressalta que as ações do economista brasileiro desde que assumiu o cargo reafirmaram a independência da autoridade monetária, algo nada trivial em um momento em que pressões fiscais poderiam levar a decisões de curto prazo.

A ex-diretora-gerente adjunta do FMI aponta que a versatilidade de Galípolo se destaca nos muitos papéis que já desempenhou — de professor a cargos no setor público.

"O mundo precisa de mais bons exemplos, e Galípolo nos mostra que um formulador de políticas progressista não precisa ser populista. Ele é um ativo extraordinário para o mundo da política econômica", completou Gopinath, que deixou seu cargo no Fundo em agosto, para retornar à Universidade Harvard, onde será a primeira a ocupar o cargo de Professora de Economia Gregory and Ania Coffey no Departamento de Economia.

Galípolo tem 42 anos. É mestre em Economia pela PUC-SP, tem passagens pelo setor público em São Paulo e foi presidente do Banco Fator (2017-2021). Teve como sócio e mentor o economista e ex-presidente do Palmeiras Luiz Gonzaga Belluzzo, amigo e conselheiro de Lula. Juntos, escreveram três livros.

Foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência do Banco Central em agosto de 2024. O economista substituiu Roberto Campos Neto à frente da autoridade monetária.

Protagonismo em 2022

O nome de Galípolo passou a ganhar evidência tanto no mercado como no meio político no início de 2022, às vésperas da campanha presidencial, quando a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, convidou-o para um jantar com a presença de nomes fortes do empresariado, como Abilio Diniz e Flávio Rocha.

A partir daquele momento, Galípolo participou de dezenas de encontros e reuniões nas quais era apontado como uma espécie de porta-voz do petista.

No dia da vitória de Lula, pagou rodadas de drinques no bar do hotel onde ele fez seu pronunciamento como presidente eleito. Dizia, na ocasião, que não tinha expectativa de assumir cargo no governo e que seu projeto era se refugiar em Ilhabela, cidade do litoral paulista onde tem uma casa de veraneio. Não foi o que ocorreu. Galípolo participou diretamente da transição e chegou a ser cotado para presidir o BNDES.

A aproximação com Lula, porém, vem de antes, quando em 2021 participou de reuniões entre Lula e outros representantes do mercado. Chegou a ir ao Natal dos catadores naquele ano, evento ao qual Lula sempre comparece. Também foi nesse período que se aproximou do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afinidade acelerada por conversas sobre filosofia e suas relações com a economia.

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