Economia

Governo escala Levy para evitar que STF comprometa ajuste

O ministro da Fazenda, escalado pelo Palácio do Planalto, fez ao menos quatro visitas ao Supremo


	Joaquim Levy: as ações sobre o tema que tramitam no Judiciário discutem o ressarcimento por perdas nas cadernetas de poupança
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Joaquim Levy: as ações sobre o tema que tramitam no Judiciário discutem o ressarcimento por perdas nas cadernetas de poupança (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2015 às 07h51.

Brasília - Em meio ao esforço do governo para fazer prosperar o ajuste fiscal, e na iminência de julgamentos caros aos cofres públicos no Supremo Tribunal Federal, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem feito uma peregrinação para defender seus pontos de vista e cultivar boas relações com os integrantes da Corte.

Depois de percorrer gabinetes de parlamentares em defesa dos interesses da área econômica do governo no Congresso, nos últimos 40 dias Levy, escalado pelo Palácio do Planalto, fez ao menos quatro visitas ao Supremo.

Duas delas para conversar com o presidente, ministro Ricardo Lewandowski. Em outra ocasião, esteve com o decano Celso de Mello e com o ministro Marco Aurélio Mello.

A presença frequente de Levy na Corte se dá às vésperas da formação do quórum completo no STF - após a indicação do 11.º integrante pela presidente Dilma -, o que vai criar condições para a retomada do julgamento dos chamados planos econômicos.

As ações sobre o tema que tramitam no Judiciário discutem o ressarcimento por perdas nas cadernetas de poupança relativas aos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990.

A discussão foi adiada em 2014 e está parada desde a aposentadoria de Joaquim Barbosa, há nove meses. Para discutir o tema, há exigência de quórum mínimo de oito ministros. Mas três dos atuais dez integrantes se declararam impedidos de analisar a questão.

O caso só poderá ser retomado se o nome do advogado Luiz Fachin, indicado por Dilma, for aprovado em sabatina no Senado.

A Advocacia-Geral da União (AGU) calcula em R$ 150 bilhões o eventual impacto no sistema financeiro nacional de um julgamento desfavorável aos bancos.

Acompanhe tudo sobre:Ajuste fiscalJoaquim LevySupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Economia

Alckmin recebe principal representante da embaixada dos EUA no Brasil um dia após início do tarifaço

Com Pix, brasileiros economizam R$ 107 bilhões em cinco anos, diz estudo

Câmara aprova MP que permite pagamento extra a servidores para reduzir fila de 2 milhões do INSS

Emprego com carteira assinada cresce 22,9% no Paraná desde 2020 — no maior ritmo do país