Economia

Governo pode arrecadar R$ 44,19 bilhões em 2026 com alta de impostos e corte de gastos tributários

Estimativa é do economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, e considera arrecadação de R$ 28,6 bilhões com a redução de isenções fiscais

Felipe Salto: economista estimou que arrecadação líquida para o governo, após transferência para estados e municípios, totalizará R$ 30 bilhões no próximo ano.  (Warren/Divulgação)

Felipe Salto: economista estimou que arrecadação líquida para o governo, após transferência para estados e municípios, totalizará R$ 30 bilhões no próximo ano.  (Warren/Divulgação)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 9 de junho de 2025 às 18h07.

O aumento de impostos proposto pelo governo para compensar a redução das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), somado a um corte de 10% dos gastos tributários, tem potencial de arrecadar R$ 44,19 bilhões em 2026, estimou o economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto.

As contas de Salto consideram:

  • Arrecadação de R$ 8,64 bilhões com alta de 12% para 18% das receitas com apostas das Bets, deduzidos os prêmios pagos;
  • Arrecadação de R$ 1,83 bilhão com alta de 9% para 15% da alíquota da CSLL sobre as instituições financeiras;
  • Arrecadação de R$ 4 bilhões com alta de 15% para 20% da alíquota de IR que incide nos juros sobre capital próprio (JCP);
  • Arrecadação de R$ 1,12 bilhão com tributação de 5% sobre o rendimento dos investimentos atualmente isentos, como LCA, LCA, CRA, CRI e fundos de investimento imobiliário (FII);
  • Arrecadação de R$ 28,6 bilhões corte de 10% dos benefícios tributários.

As projeções de Salto consideram que as medidas estão sujeitas ao princípio da anterioridade anual e nonagesimal. Significa, na prática, que essa arrecadação só valeria a partir do próximo ano.

Além disso, ele estimou que arrecadação líquida para o governo, após transferência para estados e municípios, totalizará R$ 30 bilhões no próximo ano.

"Quanto a 2026, o ganho estimado de R$ 30 bilhões é significativo, mas insuficiente para viabilizar o cumprimento da meta fiscal de 2026. Em nossas projeções, já consideramos esse mesmo montante para a arrecadação extra com o IOF. Assim, se o decreto fosse totalmente revertido para 2026, as novas fontes apenas compensariam essas perdas", disse.

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