Agência de notícias
Publicado em 30 de julho de 2025 às 15h42.
Última atualização em 30 de julho de 2025 às 16h03.
As contas do governo central, que englobam Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registraram déficit primário de R$ 11,4 bilhões no primeiro semestre deste ano, segundo divulgado pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira. No acumulado de 2025, o resultado fiscal está cerca de R$ 60 bilhões acima do verificado no mesmo período do ano passado, quando foi registrado déficit de R$ 67,3 bilhões.
O resultado foi composto por superávit de R$ 192,2 bilhões do Tesouro Nacional, frente a um déficit de R$ 69 bilhões do Banco Central, e um resultado negativo de R$ 203,6 bilhões da Previdência Social.
Em junho deste ano, houve déficit primário de R$ 44,3 bilhões, frente a um déficit de R$ 38,7 bilhões registrado no mesmo mês do ano passado.
O avanço das receitas, impulsionado por uma atividade econômica ainda forte no início do ano, aliado ao corte de despesas, ajuda a explicar esse desempenho. O Ministério da Fazenda confirmou que, em termos reais, os gastos do governo estão mais de 3% abaixo do registrado em 2024.
A meta fiscal deste ano é de resultado zero (equilíbrio entre despesas e receitas), com intervalo de tolerância entre déficit de R$ 31 bilhões e superávit de R$ 31 bilhões, ou 0,25% do produto interno bruto (PIB). Com as novas projeções divulgadas pelo governo na semana passada, a estimativa para o resultado das contas públicas este ano é de déficit de R$ 26,3 bilhões, uma folga de R$ 4,6 bilhões ante o piso da meta.
A melhora nas contas públicas divulgada nesta quinta pelo Tesouro acontece após o governo tomar uma série de medidas para conter os gastos e aumentar as receitas. Entre elas, está o congelamento de R$ 31 bilhões no Orçamento em maio. Este congelamento foi reduzido para R$ 10,7 bilhões após previsão de melhora fiscal.
Além disso, o governo também publicou um decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para alcançar o piso da meta de resultado primário (diferença entre receitas e despesas). Após uma disputa com o Congresso Nacional e conciliação com o Supremo Tribunal Federal (STF), o governo manteve a maior parte da medida.
No ano todo, a estimativa de entrada de recursos com a majoração do IOF é de cerca de R$ 10 bilhões, já considerando o período em que o decreto foi sustado pelo Congresso. Por mês, o governo projeta arrecadação de R$ 1,6 bilhão com a medida.
Por outro lado, o governo conta com R$ 10,5 bilhões em receitas da medida provisória (MP) que altera a tributação de ativos financeiros, editada como parte da negociação com o Congresso sobre o aumento do IOF.