Economia

Grécia não aprova ajuste diante de exigências da troika

"Não aceito as exigências da troika", manifestou hoje Fotis Kouvelis, líder do centro-esquerdista partido Dimar


	Bandeiras da Grécia e da União Europeia: de acordo com o governo, os cofres públicos gregos dispõem de fundos até o dia 16 de novembro
 (Oli Scarff/Getty Images)

Bandeiras da Grécia e da União Europeia: de acordo com o governo, os cofres públicos gregos dispõem de fundos até o dia 16 de novembro (Oli Scarff/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2012 às 17h17.

Atenas - A flexibilização do mercado de trabalho, medida exigida pela troika, impediu nesta terça-feira mais uma vez que os três integrantes do governo grego chegassem a um acordo sobre o novo plano de ajuste de 13,500 bilhões de euros.

"Não aceito as exigências da troika", manifestou hoje Fotis Kouvelis, líder do centro-esquerdista partido Dimar, um dos três que apoiam o governo do conservador Antonis Samaras.

"Nem os deputados do Dimar nem eu vamos votar a favor da eliminação dos direitos trabalhistas. As exigências da troika não têm nada a ver com a poupança nas contas públicas", disse.

A reunião de hoje entre Samaras, Kouvelis e o líder socialista Evangelos Venizelos foi mais uma desde o início das negociações com a troika, formada pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

O encontro deveria ter ratificado finalmente um acordo sobre o plano de economia e as exigências para se fazer empréstimos internacionais, medidas que seriam depois enviadas ao Parlamento.

Segundo a imprensa grega, os três partidos do governo estão praticamente de acordo sobre o plano de poupança, mas não sobre as medidas de flexibilização, que o partido dominante do executivo, o partido conservador Nova Democracia, incluiu em sua proposta.

A flexibilização acrescentou cortes de pensões e salários públicos e novos impostos, embora a troika tenha insistido na necessidade de flexibilizar o mercado de trabalho.


Entre as medidas exigidas pelos credores estão a ampliação da semana de trabalho para seis dias, a redução das indenizações por demissões, eliminação dos aumentos salariais por tempo de serviço e congelamento dos salários até que o índice de desemprego se situe abaixo de 10%.

"Se estas exigências forem aceitas haverá mais pobreza e mais desemprego", denunciou Kouvelis.

Evangelos Venizelos também se mostrou contrário à modificação da legislação trabalhista pois lembrou que "o custo do trabalho já foi reduzido significativamente" nos últimos anos.

O líder afirmou que as negociações sobre o novo pacote precisam ser concluídas nos "próximos dias" porque seu "prolongamento significam sérios problemas de liquidez para o país".

De acordo com o governo, os cofres públicos gregos dispõem de fundos até o dia 16 de novembro.

Por isso Atenas espera que durante a reunião do Eurogrupo, em 12 de novembro, finalmente seja aprovado o desembolso dos 31,5 bilhões de euros que fazem parte do empréstimo estipulado entre a Grécia, a UE e o FMI no início do ano. 

Acompanhe tudo sobre:BCECrise econômicaCrise gregaEuropaFMIGréciaPiigsUnião Europeia

Mais de Economia

Brasil se destaca entre emergentes, mas fiscal exige atenção, diz CEO do Barclays na América Latina

Preço da gasolina nos postos cai menos que a metade do projetado com redução da Petrobras

Balança comercial tem superávit de US$ 5,9 bi em junho; governo reduz projeção de saldo positivo

STF ajuda a fortalecer as instituições, diz Haddad sobre IOF