Economia

Huawei volta a pedir ao Brasil "critérios não discriminatórios" no 5G

Companhia defende que a habitação das empresas passe por certificados internacionais combinados com exigências locais

Huawei: defesa de critérios técnicos reiterada hoje pelo representante da Huawei tem como pano de fundo a possibilidade cogitada pelo governo de Jair Bolsonaro de barrar a empresa chinesa no 5G (Marko Djurica/Reuters)

Huawei: defesa de critérios técnicos reiterada hoje pelo representante da Huawei tem como pano de fundo a possibilidade cogitada pelo governo de Jair Bolsonaro de barrar a empresa chinesa no 5G (Marko Djurica/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de janeiro de 2021 às 15h28.

O diretor global de Cibersegurança da Huawei, Marcelo Motta, voltou a afirmar que a fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações tem a expectativa de que o governo brasileiro aplique unicamente "critérios técnicos e não discriminatórios" para as empresas que atuarem na implantação das redes 5G.

"Esperamos que sejam critérios técnicos e não discriminatórios", frisou nesta quinta-feira, 28, o executivo, durante debate organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).

Motta disse que a especificação das diretrizes e a condução dos testes de equipamentos e redes estão à cargo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

A sugestão do executivo é que a habitação das empresas passe por certificados internacionais combinados com exigências locais.

A defesa de critérios técnicos reiterada hoje pelo representante da Huawei tem como pano de fundo a possibilidade cogitada pelo governo de Jair Bolsonaro de barrar a empresa chinesa no 5G.

A medida representaria um alinhamento do Brasil aos Estados Unidos, que atravessa uma disputa geopolítica com a China.

Entretanto, uma restrição à Huawei não deve prosperar, tendo em vista a dificuldade do governo Bolsonaro em achar meios legais para isso, sem contar o custo elevado para substituição dos equipamentos da Huawei no mercado nacional e os riscos de retaliações da China no campo comercial.

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