Economia

IPCA sobe 0,24% em junho, acima do esperado; acumulado de 12 meses fica em 5,35%

A inflação acumula alta de 5,35% nos últimos 12 meses, estourando o teto da meta. No ano, o IPCA acumula alta de 2,99%. Em junho de 2024, a variação foi de 0,21%

Publicado em 10 de julho de 2025 às 09h02.

Última atualização em 10 de julho de 2025 às 09h18.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o indicador oficial da inflação no Brasil, fechou o mês de junho em 0,24%, desacelerando levemente em comparação aos 0,26% registrados em maio.

A inflação acumula alta de 5,35% nos últimos 12 meses, estourando o teto da meta contínua, de 3%, com variação de 1,5% para mais ou menos. No ano, o IPCA acumula alta de 2,99%. Em junho de 2024, a variação foi de 0,21%.

O resultado veio pouco acima da expectativa do mercado financeiro, que esperava uma desaceleração para 0,20% no mês. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por que a inflação subiu em junho?

A energia elétrica residencial foi responsável por 0,27 pontos percentual na variação do IPCA acumulado de 2025, com aumento de 6,93% no primeiro semestre, a maior alta desde 2018. A mudança nas bandeiras tarifárias, que variaram de verde para amarela e, agora, para vermelha, foi o principal fator da elevação, que gerou um "choque no bolso" das famílias brasileiras, segundo Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.

Além da mudança nas bandeiras, houve reajustes em várias cidades brasileiras em junho: Belo Horizonte registrou aumento de 7,36% (8,57% desde 28 de maio); Porto Alegre teve reajuste de 14,19% (4,41% desde 19 de junho); Curitiba viu uma alta de 1,97% (3,28% desde 24 de junho); e o Rio de Janeiro teve redução de 2,16% (1,29% desde 17 de junho).

Esses aumentos e reduções impactaram diretamente no grupo de Habitação do IPCA, que teve contribuição de 0,15 pontos percentual para o índice geral, com a alta de 0,59% na taxa de água e esgoto. A energia elétrica seguiu a tendência de ajustes, tornando-se um dos principais responsáveis pela alta da inflação.

O grupo Alimentação e Bebidas registrou a primeira queda em 9 meses, com variação de -0,18%, impactando negativamente a taxa geral de inflação em -0,04 p.p. No setor de alimentos no domicílio, o ovo de galinha (-6,58%), o arroz (-3,23%) e as frutas (-2,22%) apresentaram quedas significativas, enquanto o tomate teve a maior alta entre os alimentos (3,25%).

A desaceleração também foi observada na alimentação fora do domicílio, que passou de 0,58% em maio para 0,46% em junho, com o subitem refeição registrando uma queda de 0,64% para 0,41%.

O grupo Transportes teve contribuição positiva, com alta de 0,27% no mês, mesmo com a queda de 0,42% nos combustíveis. O destaque ficou por conta do transporte por aplicativo (13,77%) e o conserto de automóveis (1,03%), que puxaram a alta. A passagem aérea também voltou a apresentar alta, registrando 0,80% em junho, após queda no mês anterior.

O agregado de serviços apresentou aceleração, passando de 0,18% em maio para 0,40% em junho, impulsionado pelas variações nos transportes e alimentação fora do domicílio, que têm peso relevante no orçamento das famílias.

O grupo de preços monitorados, controlados pelo governo, desacelerou em junho, passando de 0,70% para 0,60%. A energia elétrica seguiu sendo um dos maiores responsáveis por essa variação, mas com impacto menor do que no mês anterior. A taxa de água e esgoto também desacelerou, passando de 0,77% para 0,59%, enquanto os combustíveis apresentaram variação negativa, com a gasolina registrando queda de 0,34%.

Esses ajustes ajudaram a conter a inflação do grupo monitorado, mas o impacto no orçamento das famílias segue sendo significativo.

Como ficou o IPCA de maio de 2025?

  • Inflação de junho: 0,24%
  • IPCA dos últimos 12 meses: 5,35%
  • IPCA no ano: 2,99%

Quem calcula o IPCA?

O cálculo do IPCA envolve várias etapas e considerações importantes. Vamos entender como isso é feito:

1. Amostra de produtos e serviços

O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias.

2. Pesquisa de preços

Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior.

3. Ponderação dos itens

Os itens da amostra do IPCA são ponderados de acordo com a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo.

4. Cálculo do índice

O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada de acordo com a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média.

O que é IPCA acumulado?

O IPCA acumulado é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços ao longo de um determinado período. Ele é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. O IPCA acumulado é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

O que significa a sigla IPCA?

A sigla IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda mensal entre um e 40 salários mínimos. O IPCA é calculado pelo IBGE e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. Ele é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

Mais informações em instantes. 

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