Economia

Juro pode cair a 8% em 2012 e dólar passar de R$ 2

Economista sênior da Templeton acredita que temos "um mix entre um cenário externo deflacionário e atividade e inflação em nível menor”

“O BC não disse que vai continuar cortando, o que ele disse foi que o ambiente que permitiu os cortes anteriores continua presente.” (Divulgação/Banco Central)

“O BC não disse que vai continuar cortando, o que ele disse foi que o ambiente que permitiu os cortes anteriores continua presente.” (Divulgação/Banco Central)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2012 às 14h21.

São Paulo - A taxa básica de juros do Brasil poderá chegar a entre 8 por cento e 8,25 por cento neste ano, com a inflação mais baixa e a atividade mais fraca no País e no exterior abrindo espaço para que o Banco Central corte a Selic para abaixo de seu piso histórico, disse Carlos Thadeu de Freitas Gomes Filho, economista sênior da Franklin Templeton Investimentos Brasil, que administra R$ 1,5 bilhão no País.

“Temos um mix entre um cenário externo deflacionário e atividade e inflação em nível menor”, disse Gomes Filho em entrevista por telefone do Rio de Janeiro. “Pelo modelo do BC, a inflação está abaixo do centro da meta.”

Segundo Gomes Filho, os juros futuros ainda não precificam corte pronunciado da Selic porque o mercado tem dúvidas se o BC dará sinalização clara sobre as reduções futuras da taxa na ata do Comitê de Política Monetária, que sai dia 26.

Gomes Filho disse que o comunicado do Copom da semana passada mostrou que o cenário é favorável a cortes, embora não tenha sinalizado claramente que haverá novas reduções.

“O BC não disse que vai continuar cortando, o que ele disse foi que o ambiente que permitiu os cortes anteriores continua presente.”
Ao mesmo tempo que os juros seguem com trajetória de baixa, o dólar pode continuar subindo e passar de R$ 2 neste ano, com possibilidade de ficar entre R$ 2,10 e R$ 2,20 no final de 2012, disse o economista da Templeton.

“O dólar tende a ficar mais forte contra outras moedas em todo o mundo”, disse Gomes Filho. “Desaceleração na China, crise na Europa e os Estados Unidos crescendo menos. Colocando tudo isso dentro de uma caixa, é dólar para cima.”

Segundo o economista, o nível de volatilidade nos mercados ainda não está adequado aos riscos de agravamento do cenário externo.
“A volatilidade ainda é baixa, mas tende a aumentar para se adequar às incertezas.”

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralEstatísticasIndicadores econômicosJurosMercado financeiroSelic

Mais de Economia

Governo estuda comprar alimentos que perderiam mercado nos EUA, diz Haddad

Haddad diz que fala de Trump sobre possível contato com Lula após tarifaço é 'ótima'

Lula cobra ministros e Galípolo sobre demora para lançamento de programa habitacional

Haddad diz que governo não deve retaliar EUA e vai anunciar medidas na próxima semana