Economia

Krugman diz que tarifaço sobre Brasil é ‘maligno e megalomaníaco’ e escala ações externas de Trump

Economista americano disse que alegação usada pelo presidente americano não tem justificativa econômica legítima

Paul Krugman recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 2008 (Getty Images/Getty Images)

Paul Krugman recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 2008 (Getty Images/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 10 de julho de 2025 às 08h52.

Última atualização em 10 de julho de 2025 às 09h03.

Colunista do jornal The New York Times e Nobel de Economia de 2008, o americano Paul Krugman se manifestou na quarta -feira, 9, após o presidente Donald Trump impor tarifas de 50% ao Brasil.

Em um artigo sob o título "O Programa de Proteção ao ditador de Trump", ele comentou a carta enviada ao governo brasileiro, afirmando que a alegação usada pelo americano não tem nenhuma justificativa econômica legítima.

Em vez disso, afirmou, é retratada como punição pelo fato de o Brasil ter levado o ex-presidente Jair Bolsonaro a julgamento, destacando que ele perdeu a última eleição, mas tentou se manter no poder por meio de um golpe que anulasse o resultado.

Krugman afirma ainda que não é a primeira vez que Trump tenta usar a política tarifária com objetivo político, contrariando o sistema de comércio internacional estabelecido desde a Segunda Guerra Mundial para promover a paz e a democracia por meio da integração econômica.

O economista classifica a decisão de Trump de impor tarifas ao Brasil de megalomaníaca, destacando que a ideia de que as sobretaxas poderiam coagir um país grande, com mais de 200 milhões de habitantes, que nem sequer depende tanto do mercado americano, é absurda.

Segundo ele, não só megalomaníaco, mas maligno.

"Se ainda tivéssemos uma democracia funcionando, essa manobra com o Brasil, por si só, já seria motivo suficiente para um impeachment. Claro, teria que entrar na fila atrás de todos os outros motivos', afirmou.

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