Agência de notícias
Publicado em 11 de setembro de 2025 às 17h10.
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou para baixo a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 de 2,5% para 2,3%, segundo o boletim macrofiscal divulgado nesta quinta-feira. A projeção de inflação também foi reduzida: o IPCA, principal índice de preços do consumidor, caiu de 4,9% para 4,8%.
A Fazenda avalia que a houve um resultado abaixo do esperado para o PIB do segundo trimestre, em comparação com o que havia sido projetado em julho, quando a pasta revisou a previsão de crescimento de 2,4% para 2,5%.
Segundo o boletim, o desempenho abaixo do projetado foi reflexo da política de juros do Banco Central (BC), que elevou a Selic, taxa básica de juros, para o patamar de 15% em julho, o maior nível desde 2006.
“Esse quadro de desaquecimento da atividade econômica está associado à política monetária restritiva, levando à desaceleração do crédito”, escreve o documento.
Pelo lado da inflação, o boletim aponta que a valorização do real frente ao dólar, a queda nos preços de alimentos e bens industriais. A Fazenda ainda aponta influência do tarifaço do presidente Donald Trump, que refletiram em um “excesso de oferta de bens em escala mundial”.
Para 2026, a projeção para a inflação medida pelo IPCA se manteve em 3,6%, convergindo para o centro da meta de 2027 em diante.
A análise do Ministério ainda constata que há insegurança no ambiente externo por causa das tarifas comerciais que vêm sendo impostas pelo governo dos Estados Unidos.
“Embora as indefinições quanto ao nível das tarifas tenham diminuído, a incerteza comercial seguiu elevada, refletindo, sobretudo, a falta de previsibilidade em relação às políticas fiscais e comerciais nos Estados Unidos”, analisa a equipe econômica.