Economia

Moedas de mercados emergentes devem ter 2016 mais calmo

Ainda assim, as chances de uma sólida reviravolta em 2016 continuam fracas


	Notas de real: as chances de uma sólida reviravolta em 2016 continuam fracas
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Notas de real: as chances de uma sólida reviravolta em 2016 continuam fracas (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2015 às 10h42.

Brasília - As moedas dos mercados emergentes devem enfraquecer mais após o esperado aumento dos juros nos Estados Unidos em poucas semanas, mas o próximo ano deve ser bem mais calmo se o Federal Reserve mantiver sua promessa de elevar a taxa gradualmente, mostrou pesquisa da Reuters publicada nesta quarta-feira.

Com os investidores se preparando para a primeira elevação da taxa de juros pelo banco central norte-americano em quase uma década, esperada para 16 de dezembro, o real, a lira turca e o rand sul-africano devem permanecer sob pressão em dezembro.

Mas os estrategistas consultados na pesquisa mensal global veem a alta do dólar, que já dura quatro anos, mudar para uma fase menos agressiva no próximo ano, com algumas moedas emergentes até se estabilizando.

O rand caiu mais de 20 por cento em 2015 e em um ano deverá estar no patamar atual de 14,35 por dólar, segundo a pesquisa. O rublo russo, que recuou 13 por cento este ano, deve permanecer estável em 68 por dólar.

"No geral, falando sobre as moedas emergentes, ainda temos em nossas previsões alguma fraqueza, mas essa fraqueza vai ser mais limitada do que a vista em 2015", disse o estrategista de mercado emergente do HSBC Murat Toprak.

"A principal razão é que pensamos que a forte alta do dólar está chegando a um fim. Não achamos que o Fed será tão agressivo em 2016 como muitas pessoas acreditam", acrescentou.

Ainda assim, as chances de uma sólida reviravolta em 2016 continuam fracas, sugere a pesquisa. Muitos países emergentes continuam a enfrentar dificuldades com recessão e turbulência política.

O real parece ser a moeda mais vulnerável a outra venda generalizada, de acordo com os estrategistas na pesquisa, em meio à economia afundando em uma das piores recessões já registradas e operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga esquema bilionário de corrupção na Petrobras .

O real já perdeu cerca de 30 por cento de seu valor frente ao dólar este ano, o declínio mais profundo entre as principais moedas globais acompanhadas pela Reuters. A expectativa é de que se desvalorize mais 5 por cento em 12 meses, indo a 4,09 reais por dólar.

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