Economia

Moody's eleva nota de crédito da Argentina e destaca reformas de Milei

A agência alertou que as reservas monetárias do Banco Central ainda são frágeis

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 17 de julho de 2025 às 21h27.

A agência de classificação de risco Moody's elevou nesta quinta-feira a nota da Argentina de Caa3 para Caa1 — ambas dentro do grau especulativo de alto risco. A perspectiva também foi alterada de positiva para estável.

Essa melhoria se baseia no acordo de US$ 20 bilhões firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que aumenta a disponibilidade de liquidez em moeda forte e alivia a pressão sobre as contas externas do país.

De acordo com a Moody's, "a elevação reflete nossa visão de que a ampla liberação dos controles cambiais, e em menor medida, dos controles de capitais, juntamente com um novo programa com o FMI, apoiam a liquidez em divisas e aliviam a pressão sobre as finanças externas, o que diminui a probabilidade de um evento de crédito".

Transição gradual

A agência observou ainda que "a transição gradual para uma conta de capital mais aberta e a contínua eliminação dos controles cambiais são passos iniciais em direção à sustentabilidade dos pagamentos externos".

Além disso, a Moody's destacou que "o processo de desinflação, que é impulsionado por uma mudança efetiva nas políticas fiscal e macroeconômica, e as reformas econômicas para eliminar distorções de mercado e atrair investimentos reais, também apoiarão o objetivo do FMI de garantir a sustentabilidade da balança de pagamentos a médio prazo".

Entretanto, a agência alertou que as reservas monetárias do Banco Central, que ainda são frágeis, e os "impedimentos estruturais para o investimento" continuam sendo "desafios" para a estabilidade externa e limitam o perfil de crédito soberano da Argentina.

A Moody's também apontou que uma recuperação econômica e o apoio popular às políticas de ajuste do governo de Javier Milei antes das eleições legislativas de outubro "podem fornecer ao governo um mandato político mais forte para acelerar sua agenda de reformas econômicas".

Por fim, a agência ressaltou que os riscos relacionados à eliminação dos controles de capital e cambiais restantes "podem reavivar desequilíbrios macroeconômicos que colocariam em risco a sustentabilidade da balança de pagamentos".

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