Economia

Nobel de Economia diz ter envergonha de conselhos dos EUA

Em entrevista coletiva, o prêmio Nobel criticou os americanos que "saem de seu país" e "ficam dando conselhos"

Sobre as possíveis consequências dos resgates aos países, advertiu que o pagamento das dívidas "pode exercer mudanças" na soberania do governo (Holger Motzkau/ Wikimedia Commons)

Sobre as possíveis consequências dos resgates aos países, advertiu que o pagamento das dívidas "pode exercer mudanças" na soberania do governo (Holger Motzkau/ Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2012 às 18h22.

Santander - O vencedor do prêmio Nobel de Economia em 2011, Thomas Sargent, disse nesta sexta-feira que se sente "envergonhado" quando alguns funcionários do governo de seu país, os Estados Unidos, fazem recomendações para a Europa, Espanha e outros estados sobre que políticas adotar para sair da crise.

Sargent encerrou hoje o encontro Cantabria Campus Nobel, realizado em Santander, na Espanha, com uma palestra sobre economia e atividade empresarial.

Em entrevista coletiva, o prêmio Nobel criticou os americanos que "saem de seu país" e "ficam dando conselhos".

O economista disse que os EUA atravessam "problemas muito similares" aos da Europa e tem um orçamento "desequilibrado". Além disso, o Congresso e o presidente têm "opiniões distintas" sobre como corrigir isto e dificuldades no mercado de trabalho e no sistema de saúde.

"Portanto, para quem importa o que possa pensar um americano sobre a situação na Espanha?", respondeu ao ser perguntado sobre o que acha da crise espanhola.

De acordo com Sargent, existem outros países que "realmente" podem ser "um exemplo" para os Estados Unidos e a Espanha, já que enfrentaram seus problemas após tomarem "decisões dolorosas".

"Me sinto realmente envergonhado quando alguns de nossos funcionários governamentais dão recomendações para Europa, Espanha e China sobre o que deveriam estar fazendo", afirmou.

Sobre as possíveis consequências dos resgates aos países, advertiu que o pagamento das dívidas "pode exercer mudanças" na soberania do governo.

"Isso é o que nos diz a história. Mas o que vai ocorrer hoje? Não sabemos", disse após afirmar que não sabe se o euro tem um prazo de três meses para se salvar, como apontou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde. 

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