Economia

Nordeste espera atrair investimentos ao aumentar conexões aéreas com Europa

Movimento de turistas deve aumentar na região com a abertura de novas rotas, previstas para o verão

Vista aérea de Recife, em Pernambuco (Gonzalo Azumendi/Getty Images)

Vista aérea de Recife, em Pernambuco (Gonzalo Azumendi/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 20h12.

A região Nordeste tem melhorado sua conectividade aérea internacional e consolidado sua força como destino turístico em meio ao impulso que o setor está vivendo no Brasil, que ultrapassou a marca de 7 milhões de viajantes internacionais entre janeiro e setembro, um número recorde.

O Nordeste também é um dos principais centros de investimento no país no setor das energias renováveis e se posiciona cada vez mais como um grande polo de produção de hidrogênio verde, indústria-chave na transição energética, segundo sinalizaram especialistas no fórum "Brasil em crescimento: conectividade aérea e turismo", organizado pela Agência EFE em São Paulo.

Um dos desafios para atrair investimentos para a região era melhorar suas conexões aéreas com a Europa.

"São destinos (no Nordeste) que estão prontos para o turismo internacional, mas não estavam conectados. Por isso se queimava mais combustível para chegar lá e se pagava passagens mais caras", afirmou Philipe Karat, diretor de Transporte Aéreo, Marítimo e Terrestre da Embratur.

A companhia aérea espanhola Iberia largou na frente com o lançamento de voos diretos ligando Madri a Recife e Fortaleza.

Existe uma "vontade" das empresas espanholas em investir no Brasil, afirmou à EFE o diretor corporativo da Iberia e um dos palestrantes do evento, Juan Cierco.

As rotas, que começarão com uma frequência semanal de três voos, ampliam a oferta da Iberia no Brasil, que já conta com dois voos diários para São Paulo e cinco semanais para o Rio de Janeiro.

A Iberia fechará 2025 com mais de 590 mil assentos oferecidos em suas rotas para o Brasil, 27% a mais que em 2025, e graças aos novos voos, a companhia aérea chegará a 2026 com um aumento adicional de 25% no primeiro semestre.

Cierco contou que foram realizadas reuniões com empresários e representantes de prefeituras e governos estaduais para que a ação "seja um êxito" para todos, "não só para a Iberia", mas também para os destinos, que começarão a receber cada vez mais empresários e turistas de outros países.

O Nordeste "tem um grande potencial para o negócio", afirmou durante o evento o diretor executivo da Câmara Oficial Espanhola de Comércio do Brasil, Alejandro Gómez Gil.

Ele destacou que "a região se tornou muito pujante" nos últimos 40 anos e, além disso, durante esse tempo, o vínculo entre Brasil e Espanha "foi se transformando".

Antes o Brasil acolhia "imigrantes que vinham montar negócios" e, nos anos 90, abriu-se a porta para uma onda de empresas espanholas que decidiram investir no Brasil e que, por tabela, atraíram empresas de serviços associadas.

Nesse sentido, ele celebrou que essa aproximação continue crescendo com a próxima assinatura do acordo UE-Mercosul, já que "o mundo está em plena mudança", com guerras e novas tensões comerciais que posicionam o Brasil como "uma grande alternativa de investimento para a Europa".

Turismo para todos

Ao contrário de destinos que não precisam de publicidade, o turismo nessa região também enfrentou durante muito tempo dificuldades para crescer devido, em grande parte, à sua dependência de conexões aéreas com outros aeroportos, que alongam o tempo de viagem e encarecem a passagem.

No entanto, o fato de a rota passar a ser comercialmente rentável devido a um grande fluxo de comércio empresarial funciona como um imã para investimentos, o que baixa os preços e beneficia o consumidor.

Se for desenvolvida uma balança comercial "interessante" entre Brasil e Espanha, "não é necessário transferir o custo de voar" para o "passageiro comum", o que faz com que "o turismo simples passe a ser mais barato", refletiu o diretor comercial da GRU Airport, a concessionária do aeroporto internacional de Guarulhos, Claudio Ferreira.

Enquanto o turismo representa 8% do PIB do Brasil, no Nordeste a porcentagem chega a quase 10%, segundo números do governo federal

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