Paris - A economia africana, que demonstrou grande resistência à crise financeira e cresceu 3,9% no ano passado, deve acelerar essa progressão neste ano a 4,8% e no próximo a 5,7%, graças ao reforço da demanda global de matérias-primas, mas também por uma maior estabilidade política e social.
	Este é o cenário descrito em um relatório divulgado nesta segunda-feira conjuntamente pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que constatam evoluções diferentes por região.
	O ritmo de progressão global do continente africano, que já no ano passado foi melhor que no conjunto do mundo, voltará a ser em 2014 e se situará acima do da América Latina (em torno de 3%), mas continuará sendo inferior a outra das grandes áreas em desenvolvimento, o sudeste asiático (5,4%).
	A Nigéria, que após a mudança de base de cálculo de seu Produto Interno Bruto (PIB) passou a ser a primeira economia da África, muito à frente da África do Sul, vai repetir o feito nos dois próximos anos com taxas superiores a 7% (7,2% em 2014 e 7,1% em 2015), e isso graças aos setores não petroleiros, já que o dos hidrocarbonetos é o grande ponto negro que escurece estas perspectivas.
	Esses números são submissos, além da contração da atividade petrolífera (por roubos de petróleo e atos de vandalismo, assim como pela contração de investimentos em prospecção), aos problemas de segurança no nordeste, onde atua o grupo extremista Boko Haram, às rivalidades no delta do Níger pelo controle dos recursos e a um possível recesso brusco nas reformas perante as eleições de 2015.
	A região menos dinâmica da África continuará sendo a faixa norte, que desde a "Primavera Árabe" de 2011 ficou tocada por grandes incertezas políticas e sociais e, embora deveria se recuperar após uma ascensão de seu PIB de só 1,9% em 2013, neste ano terá uma alta de 3,1%.
	O caso mais eloquente pelas altas e baixas dos números é o da Líbia, cuja economia afundou 12,1% no passado ano por causa das interrupções nas exportações de petróleo pelas divisões regionais e tribais com alterações de provisões nas zonas dos jazidas e nos portos.
	A OCDE, o BAD e o Pnud estimam que "se não houvesse os problemas de segurança, e em particular os incidentes nos terminais petrolíferos", seu PIB deveria se recuperar 4,3% em 2014 e disparar 22,4% em 2015.
	No Egito, o Estado mais povoado da bacia mediterrânea, o grande problema é a incerteza política em que está imerso após a derrocada em julho de 2013 do anterior presidente, o islamita Mohammed Mursi, e a adoção de uma nova Constituição em janeiro passado.
	Os três organismos esperam uma alta do PIB egípcio neste ano de 2,1%, como em 2013, e de 3,6% em 2015.
	Na Argélia, a aceleração esperada (4,3% neste ano após 3% em 2013 e com a meta de 4,2% em 2015) terá como principais espoletas uma recuperação nas exportações de hidrocarbonetos e o gasto público dirigido sobretudo ao investimento em apoio da demanda.
	O Marrocos, que teve o melhor comportamento de toda a região norte da África em 2013 (4,7%), especialmente pela vitalidade de seu setor agrícola, deveria passar a 3,2% em 2014 e a 4,6% em 2015.
	Os autores do relatório julgam "encorajador" o resultado conquistado até agora e o vinculam ao fato do país "saber aproveitar sua estabilidade política e social".
	Na mesma linha, destacam os programas para transformar e diversificar a economia marroquina e consideram factível o alvo de criar 220 mil novos empregos até 2015 com dois setores industriais que oferecem potencialidades em termos de crescimento e de inovação: o automóvel e a aeronáutica.
	Os ascensões mais rápidas do PIB nos dois anos da previsão em termos relativos são em Serra Leoa (12,7% de média anual) e Chade (10,1%).
	Caso à parte está Guiné Equatorial, o único dos 54 países do continente no qual se espera uma queda de sua atividade no período 2014-2015, com uma baixa de 1,8% neste ano (pior que 1,4% de retrocesso em 2013) e de 8,5% em 2015.
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                    1. 1. Austrália
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1/20  (Todd Warshaw/Getty Images)
	Nota: 66,5	Posição no ranking anterior: 7º	Destaque (nota acima de 66): Risco legal e regulatório	Fraqueza (nota abaixo de 33): Porcentagem da população abaixo dos 30 anos
 
                
                  - 
                    2. 2. Chile
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2/20  (Wikimedia Commons)
	Nota: 64,5	Posição no ranking anterior: 11º	Destaque (nota acima de 66): Política em relação à iniciativa privada e competição	Fraqueza (nota abaixo de 33): Assinantes de banda larga por 100 habitantes
 
                
                  - 
                    3. 3. China
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3/20  (Getty Images)
	Nota: 62,7	Posição no ranking anterior: 20º	Destaque (nota acima de 66): Crescimento da produtividade do trabalho	Fraqueza (nota abaixo de 33): Crescimento do valor do índice do mercado de ações
 
                
                  - 
                    4. 4. Nova Zelândia
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4/20  (Getty Images)
	Nota: 62,6	Posição no ranking anterior: 13º	Destaque (nota acima de 66): Expectativa de vida escolar	Fraqueza (nota abaixo de 33): Pesquisa e desenvolvimento como porcentagem do PIB
 
                
                  - 
                    5. 5. Canadá
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5/20  (Wikimedia Commons)
	Nota: 62,3	Posição no ranking anterior: 16º	Destaque (nota acima de 66): Assinantes de banda larga por 100 habitantes	Fraqueza (nota abaixo de 33): Valor de fusões e aquisições internas
 
                
                  - 
                    6. 5. Finlândia
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6/20  (Wikimedia Commons)
	Nota: 62,3	Posição no ranking anterior: 2º	Destaque (nota acima de 66): Crédito ao setor privado como porcentagem do PIB	Fraqueza (nota abaixo de 33): Crescimento da produtividade do trabalho
 
                
                  - 
                    7. 7. Cingapura
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7/20  (Suhaimi Abdullah/Getty Images)
	Nota: 61,9	Posição no ranking anterior: 1º	Destaque (nota acima de 66): Taxa de desemprego	Fraqueza (nota abaixo de 33): Crescimento do investimento direto interno
 
                
                  - 
                    8. 8. Israel
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8/20  (Wikimedia Commons)
	Nota: 61,8	Posição no ranking anterior: 8º	Destaque (nota acima de 66): Investimento em pesquisa e desenvolvimento como porcentagem do PIB	Fraqueza (nota abaixo de 33): Crescimento per capita do consumo privado
 
                
                  - 
                    9. 10. Noruega
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9/20  (Getty Images)
	Nota: 60,9	Posição no ranking anterior: 14º	Destaque (nota acima de 66): Impostos sobre corporações	Fraqueza (nota abaixo de 33): Crescimento do gasto em tecnologia da informação
 
                
                  - 
                    10. 11. Estados Unidos
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10/20  (Getty Images/Scott Olson)
	Nota: 60,5	Posição no ranking anterior: 20º	Destaque (nota acima de 66): Valor das fusões e aquisições internas	Fraqueza (nota abaixo de 33): Crédito ao setor privado como porcentagem do PIB
 
                
                  - 
                    11. 13. Malásia
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11/20  (Lam Yik Fei/Bloomberg)
	Nota: 59,5	Posição no ranking anterior: 24º	Destaque (nota acima de 66): Crescimento real do PIB	Fraqueza (nota abaixo de 33): Assinantes de banda larga por 100 habitantes
 
                
                  - 
                    12. 13. Coreia do Sul
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12/20  (Wikimedia Commons)
	Nota: 59,5	Posição no ranking anterior: 6º	Destaque (nota acima de 66): Taxa de desemprego	Fraqueza (nota abaixo de 33): Qualidade do sistema regulatório financeiro
 
                
                  - 
                    13. 15. Japão
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13/20  (Keith Tsuji/Getty Images)
	Nota: 58,8	Posição no ranking anterior: 25º	Destaque (nota acima de 66): Crescimento do investimento direto interno	Fraqueza (nota abaixo de 33): Crescimento do valor do índice de mercado de ações
 
                
                  - 
                    14. 16. Hong Kong
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14/20  (Ronald Martinez/Getty Images)
	Nota: 58,4	Posição no ranking anterior: não estava	Destaque (nota acima de 66): Estabilidade política	Fraqueza (nota abaixo de 33): Crescimento na taxa de assinantes de banda larga 
 
                
                  - 
                    15. 17. Alemanha
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15/20  (Adam Berry/Getty Images)
	Nota: 57,9	Posição no ranking anterior: 9º	Destaque (nota acima de 66): Crédito ao setor privado como porcentagem do PIB	Fraqueza (nota abaixo de 33): Peso dos impostos corporativos
 
                
                  - 
                    16. 18. Taiwan
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16/20  (Wikimedia Commons)
	Nota: 57,7	Posição no ranking anterior: 12º	Destaque (nota acima de 66): Acesso das firmas ao capital de médio prazo	Fraqueza (nota abaixo de 33): Crescimento da produtividade do trabalho
 
                
                  - 
                    17. 19. Tailândia
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17/20  (Wikimedia Commons)
	Nota: 56,4	Posição no ranking anterior: não estava	Destaque (nota acima de 66): Crescimento real do PIB	Fraqueza (nota abaixo de 33): Crédito ao setor privado como porcentagem do PIB
 
                
                  - 
                    18. 20. Áustria
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18/20  (Getty Images)
	Nota: 55,9	Posição no ranking anterior: 5º	Destaque (nota acima de 66): Taxa de desemprego	Fraqueza (nota abaixo de 33): Porcentagem da população abaixo dos 30 anos
 
                
                  - 
                    19. 42. Brasil
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19/20  (Flickr upload bot / Wikimedia Commons)
	Nota: 47,9	Posição no ranking anterior: 31º	Destaque (nota acima de 66): Qualidade do sistema regulatório financeiro	Fraqueza (nota abaixo de 33): Crescimento do consumo privado per capita
 
                
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20/20  (REUTERS/Stringer)