Ibiraci (MG) - O ministro Moreira Franco participa da inauguração da linha de transmissão de energia que liga a Hidrelétrica de Belo Monte ao Sudeste do País. A construção do linhão é parte do Agora, é Avançar Parcerias (Beth Santos/Secretaria-Geral da PR) (Beth Santos/Secretaria-Geral da PR/Agência Brasil)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 25 de julho de 2025 às 09h04.
Última atualização em 25 de julho de 2025 às 09h18.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), indicador que é a prévia da inflação oficial do Brasil, fechou em julho em 0,33%, aceleração de 0,07 ponto percentual em relação a junho, quando o índice registrou alta de 0,26%.
O resultado foi divulgado nesta sexta-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O dado veio acima da expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta de 0,30%.
No acumulado do ano fechou, o índice fechou em 3,40%, enquanto o indicador nos últimos 12 meses caiu para 5,30%. Em julho de 2024, o IPCA-15 havia registrado um aumento de 0,30%.
Segundo o IBGE, a maior variação e o maior impacto positivo vieram do grupo Habitação, com 0,98% e 0,15 p.p., respectivamente. Apesar disso, o grupo teve desaceleração em relação a junho, quando subiu 1,08%.
O principal responsável pelo resultado do grupo foi o aumento de 3,01% nos preços da energia elétrica residencial, subitem com maior impacto positivo no IPCA-15 de julho (0,12 p.p.).
A bandeira tarifária vermelha patamar 1, com a cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100kwh consumidos, foi mantida no mês.
No mês anterior, a energia elétrica residencial havia variado 3,29%. Reajustes tarifários em Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro também influenciaram nos dados.
Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto (0,25%) foi reajustada em 9,88% em Brasília (5,22%), a partir de 1º de junho, e em 3,83% em Curitiba (0,12%), desde 17 de maio.
Além de Habitação, quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês de julho:
Alimentação e bebidas (-0,06%), Artigos de residência (-0,02%) e Vestuário (-0,10%) tiveram variação negativa, enquanto Educação (0,00%) teve variação nula.
Em julho, os preços de alimentação e bebidas registraram um recuo de -0,06%, a segunda queda consecutiva. Em junho, a variação negativa foi ainda mais modesta, com -0,02%. A alimentação no domicílio, que já havia mostrado retração em junho, teve uma diminuição maior no mês passado, com uma queda de -0,40%, frente aos -0,24% registrados anteriormente. Os destaques negativos no índice foram a batata-inglesa (-10,48%), a cebola (-9,08%) e o arroz (-2,69%).
Por outro lado, o preço do tomate, que havia caído 7,24% em junho, registrou um aumento de 6,39% em julho.
Já no segmento de alimentação fora do domicílio, houve aceleração no crescimento dos preços, passando de 0,55% em junho para 0,84% em julho. Esse movimento foi impulsionado pelas altas no custo do lanche (que subiu de 0,32% para 1,46%) e da refeição (que teve variação de 0,60% para 0,65%).
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação Acumulada (%) | ||
---|---|---|---|---|---|
Junho | Julho | Ano | 12 meses | ||
Belo Horizonte | 10,04 | 0,25 | 0,61 | 3,72 | 5,86 |
Porto Alegre | 8,61 | -0,10 | 0,48 | 3,66 | 5,09 |
São Paulo | 33,45 | 0,19 | 0,40 | 3,37 | 5,42 |
Brasília | 4,84 | 0,65 | 0,28 | 3,59 | 5,25 |
Recife | 4,71 | 0,66 | 0,27 | 3,53 | 4,99 |
Fortaleza | 3,88 | 0,44 | 0,25 | 3,39 | 5,33 |
Rio de Janeiro | 9,77 | 0,00 | 0,24 | 2,83 | 4,78 |
Belém | 4,46 | 0,35 | 0,19 | 3,58 | 5,44 |
Salvador | 7,19 | 0,42 | 0,15 | 3,29 | 4,90 |
Curitiba | 8,09 | 0,46 | 0,14 | 3,73 | 5,33 |
Goiânia | 4,96 | 0,21 | -0,05 | 2,78 | 5,19 |
Brasil | 100,00 | 0,26 | 0,33 | 3,40 | 5,30 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, SistemaNacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
O cálculo do IPCA envolve várias etapas e considerações importantes. Vamos entender como isso é feito:
O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias.
Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior.
Os itens da amostra do IPCA são ponderados conforme a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo.
O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada segundo a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média.
Para o cálculo do IPCA-15, a metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica. Os preços foram coletados no período de 16 de maio a 14 de junho de 2024 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de abril a 15 de maio de 2024 (base).
O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.