Repórter
Publicado em 19 de novembro de 2025 às 12h25.
A taxa de trabalhadores sindicalizados no Brasil cresceu pela primeira vez em mais de uma década e chegou a 8,9% da população ocupada em 2024.
O dado foi divulgado nesta terça-feira, 19, pelo IBGE, com base na Pnad Contínua – módulo Características Adicionais do Mercado de Trabalho.
Em números absolutos, são 9,1 milhões de pessoas filiadas a sindicatos, 812 mil a mais do que no ano anterior.
Esse é o primeiro avanço da série histórica, iniciada em 2012, que vinha em queda ininterrupta desde 2016 em termos percentuais e desde 2014 em números absolutos. Em 2012, a taxa era de 16,1%.
O crescimento da sindicalização foi liderado por empregados do setor público (18,9%) e trabalhadores com carteira assinada no setor privado (11,2%). Juntos, os dois grupos foram os principais responsáveis pela retomada, após perdas acumuladas nos últimos anos.
Segundo o IBGE, o aumento também foi observado em todos os níveis de instrução. A maior taxa está entre os ocupados com ensino superior completo (14,2%). Em termos absolutos, pessoas com ensino médio completo e superior completo respondem por mais de dois terços dos sindicalizados.
O avanço da sindicalização teve como destaque as regiões Sul e Sudeste, com taxas de 9,8% e 9,2%, respectivamente. O Nordeste foi a única região onde o percentual de sindicalizadas entre as mulheres (10,0%) superou o dos homens (8,9%). No país, essa diferença é de 0,4 ponto percentual a favor dos homens.
Entre os setores com maior proporção de sindicalizados estão:
Já os setores com menor taxa foram:
Apesar do avanço, todos os grupamentos ainda operam abaixo dos níveis registrados em 2012.
Além da sindicalização, houve aumento no número de trabalhadores por conta própria e empregadores registrados com CNPJ, que chegou a 33,6% em 2024.
Entre os conta própria, o índice foi de 25,7%; entre empregadores, 80%.
A formalização é maior entre pessoas com maior escolaridade: quase metade dos trabalhadores autônomos com nível superior têm CNPJ, contra apenas 11% entre os sem instrução.
Mesmo com a melhora geral nos indicadores de formalização, a associação a cooperativas de trabalho e produção atingiu o menor nível da série: apenas 4,3% dos trabalhadores por conta própria ou empregadores estão vinculados a essas estruturas. A maior proporção foi registrada no Sul (8,2%).