Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 29 de maio de 2025 às 09h04.
Última atualização em 29 de maio de 2025 às 10h05.
A taxa de desemprego no trimestre encerrado em abril de 2025 caiu para 6,6%, variação de 0,1 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre de encerrado em janeiro de 2025 (6,5%) e queda de 1,0 p.p. ante o trimestre móvel encerrado em abril de 2024, quando a taxa foi de 7,5%.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta quinta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado abaixo da expectativa do mercado financeiro, que projetava uma taxa de 6,9%.
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu patamar recorde de 39,6 milhões, representando crescimento de 0,8% sobre o trimestre anterior e avanço de 3,8% em relação ao mesmo período de 2024.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho — indicador que inclui pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas e trabalhadores na força de trabalho potencial — ficou em 15,4%, nível considerado estável na comparação trimestral (15,5%). Na análise anual, houve queda de 2 pontos percentuais.
Entre fevereiro e abril de 2025, cerca de 7,3 milhões de brasileiros estavam desocupados. Esse número permaneceu estável frente ao trimestre móvel anterior, que contabilizou 7,2 milhões, mas reduziu 11,5% em relação ao mesmo período de 2024, quando somavam 8,2 milhões, o que corresponde a uma queda de 941 mil pessoas sem emprego.
O total de pessoas ocupadas no trimestre até abril chegou a aproximadamente 103,3 milhões, apresentando estabilidade ante o trimestre anterior. No confronto anual, quando eram 100,8 milhões, houve alta de 2,4%, com acréscimo de 2,5 milhões de ocupados. O nível de ocupação — percentual da população em idade ativa que está empregada — ficou em 58,2%, estável frente ao trimestre anterior e com avanço de 0,9 ponto percentual na comparação anual (57,3%).
Segundo William Kratochwill, analista responsável pela pesquisa, “a estabilidade nas taxas de desocupação e subutilização confirma o que o primeiro trimestre apontou, ou seja, uma boa capacidade de absorção dos empregos temporários constituídos no último trimestre de 2024.”
Dos dez grupos de atividade monitorados pela PNAD Contínua, apenas Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais registrou aumento na ocupação em relação ao trimestre anterior (novembro de 2024 a janeiro de 2025). Os demais setores mantiveram números estáveis, sem variação significativa.
O analista da pesquisa destaca que “esse grupamento tem característica peculiar neste trimestre, pois coincide com o início do ano letivo”. Por isso, “é preciso uma estrutura de suporte com a contratação de professores, ajudantes, cuidadores, cozinheiros e recepcionistas”.
Na comparação anual, cinco grupos ampliaram o número de trabalhadores entre fevereiro e abril de 2025: Indústria Geral cresceu 3,6% (mais 471 mil pessoas), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas avançou 3,7% (696 mil), Transporte, armazenagem e correio subiu 4,5% (257 mil), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas teve alta de 3,4% (435 mil) e o grupo da Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais cresceu 4,0% (731 mil pessoas). Em contrapartida, houve queda de 4,3% (menos 348 mil pessoas) no setor de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura.
O rendimento real habitual médio dos trabalhadores foi de R$ 3.426 no trimestre de fevereiro a abril de 2025, nível estável, mas com avanço de 3,2% frente ao mesmo período de 2024. A massa de rendimento real habitual — soma das remunerações — atingiu R$ 349,4 bilhões, novo recorde, mantendo-se estável no trimestre e com crescimento de 5,9% (R$ 19,5 bilhões a mais) no ano.
Kratochwill explica que “a massa de rendimento alcançou esse pico devido à estabilidade do nível da ocupação, além de aumentos pontuais na população com carteira assinada nos setores privado e público”.
A taxa de informalidade — proporção de trabalhadores sem registro formal na população ocupada — ficou em 37,9%, equivalente a 39,2 milhões de trabalhadores. Esse índice é inferior ao registrado no trimestre móvel anterior (38,3%) e ao do mesmo trimestre de 2024 (38,7%).
A redução da informalidade decorre da estabilidade no número de trabalhadores sem carteira assinada (13,7 milhões), acompanhada de estabilidade no contingente de trabalhadores por conta própria (26,0 milhões) no confronto trimestral, e aumento de 2,1% na comparação anual.
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu recorde de 39,6 milhões, crescimento de 0,8% frente ao trimestre móvel anterior e 3,8% em 12 meses.
William observa que “o mercado de trabalho com níveis mais baixos de subutilização da população em idade ativa naturalmente impulsiona contratações formalizadas, já que mão de obra mais qualificada exige melhores condições de trabalho”.
O rendimento real habitual de todos os trabalhadores ficou em R$ 3.426 no trimestre de fevereiro a abril de 2025, valor estável em relação ao trimestre anterior e com crescimento de 3,2% frente ao mesmo período do ano passado.
A massa de rendimento real habitual — total das remunerações dos trabalhadores — atingiu R$ 349,4 bilhões, novo recorde. Esse montante permaneceu estável no trimestre, mas apresentou alta de 5,9% (R$ 19,5 bilhões a mais) em 12 meses.
Para William Kratochwill, analista da pesquisa, “a massa de rendimento alcançou esse pico devido à estabilidade do nível de ocupação, além de aumentos pontuais na população ocupada com carteira assinada nos setores privado e público”.