Economia

Temer: Brasil apoia referendo na Venezuela este ano

Temer afirmou que está preocupado com as detenções que acontecem na Venezuela de natureza política


	A tensão com a Venezuela aumentou desde que Temer assumiu o governo após a destituição da presidente Dilma
 (Getty Images)

A tensão com a Venezuela aumentou desde que Temer assumiu o governo após a destituição da presidente Dilma (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2016 às 13h19.

O presidente Michel Temer disse que o Brasil é partidário de que o referendo sobre a revogação do mandato de Nicolás Maduro na Venezuela aconteça este ano, em uma entrevista ao jornal argentino La Nación publicada neste domingo.

"Apoiamos que (o referendo revogatório) aconteça este ano. É nossa proposta. Se não, vamos ver no futuro que atitude tomar", disse Temer em Brasília, antes de uma viagem a Argentina.

Temer terá um encontro bilateral na segunda-feira com o presidente argentino Mauricio Macri, em meio a uma crise no Mercosul pela transferência da presidência do bloco, que o Uruguai pretendia passar para a Venezuela, o que tem a oposição de Brasília, Buenos Aires e Assunção.

"Estamos preocupados com as detenções que acontecem lá (na Venezuela) de natureza política", disse Temer.

"Não estamos isolando a Venezuela. A questão é a participação da Venezuela no Mercosul ou não. E a presidência pro tempore da Venezuela foi justamente questionada pelo que acontece lá", enfatizou, de acordo com o La Nación.

A tensão com a Venezuela aumentou desde que Temer assumiu o governo após a destituição da presidente Dilma Rousseff pelo Congresso, o que Caracas chama de "golpe".

Na semana passada, um grupo de chanceleres latino-americanos, incluindo o brasileiro José Serra, divulgou um comunicado que questionava o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano por seu papel no trâmite do referendo revogatório do mandato de Maduro.

A nota manifesta preocupação com medidas do organismo eleitoral que em seu entender afetam "o sentido da consulta" exigida pela oposição venezuelana, ao adiá-la para 2017.

A oposição exige que o referendo aconteça ainda em 2016, mas o CNE anunciou que deve acontecer apenas em fevereiro ou março de 2017, caso seja cumprido o requisito de recolher quatro milhões de assinaturas (20% do padrão eleitoral) de 26 a 28 de outubro.

Se a consulta acontecer até 10 de janeiro de 2017 e o mandato de Maduro for revogado, novas eleições serão convocadas. Mas se o referendo ficar para depois, mesmo em caso de derrota de Maduro, o mandato será completado por seu vice-presidente.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaNicolás MaduroPolíticosVenezuela

Mais de Economia

Tebet avalia que café e carne devem ficar de fora do tarifaço de Trump 'por interesse deles'

Comissão do Senado aprova projeto que amplia isenção de IR para quem ganha até dois salários

Após tarifaço, déficit comercial dos EUA cai em junho com a queda das importações

Em meio ao tarifaço dos EUA, Haddad diz que governo dará atenção especial a setores vulneráveis