Os grupos de combustíveis e lubrificantes, e de outros artigos de uso pessoal e doméstico foram os principais responsáveis por puxar setor para baixo (Peter Dazeley/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 8 de julho de 2025 às 12h29.
Última atualização em 8 de julho de 2025 às 13h01.
As vendas no comércio varejista caíram 0,2% em maio, na comparação com abril deste ano, no segundo mês consecutivo de queda, após o setor registrar três meses de crescimento. O número veio abaixo do esperado pelos analistas de mercado, que projetavam alta de 0,2%.
Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados pelo IBGE nesta terça-feira, 8.
Já no comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas cresceu 0,3% em maio na comparação com abril.
Para o IBGE, a variação negativa de 0,2% é considerada estabilidade estatística na leitura mensal e pode ser explicada pela base de comparação alta, já que em março o índice atingiu o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000.
No entanto, considerando os dois últimos meses, há um viés de baixa. O gerente da pesquisa Cristiano Santos menciona que um dos fatores responsáveis por essa leitura mais negativa é o recuo do crédito à pessoa física, como efeito do aumento da taxa básica de juros.
"Mas também tem outros efeitos que ajudam a explicar essa certa estabilidade, entre eles uma diminuição dos efeitos inflacionários na passagem de março para abril e de abril para maio, inclusive em alimentação em domicílio. Tem o efeito ainda do crescimento da massa de rendimento real e do número de pessoas ocupadas, o que ajuda no entendimento de que os últimos dois meses tem esse viés de baixa, mas ainda é um platô, porque são dois números muito próximos de zero".
Outro indicador que mostra que o setor ainda não apresenta uma reversão de trajetória em direção a quedas consideráveis no crescimento é que, embora a variação total do comércio tenha sido negativa, cinco das oito atividades tiveram resultados positivos.
Foram elas: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,0%), móveis e eletrodomésticos (2,0%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,7%), tecidos, vestuário e calçados (1,1%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,4%).
De acordo com Cristiano, a atividade de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação apresentou resultados positivos em dois dos últimos três meses, movimento beneficiado pela depreciação do dólar que acontece desde fevereiro.
Por outro lado, os grupos que puxaram o setor para baixo foram outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,1%), livros, jornais, revistas e papelaria (-2,0%) e combustíveis e lubrificantes (-1,7%).