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Agenda 2030: energia limpa para todos ainda é uma promessa distante

Apesar de avanços em renováveis e acesso à eletricidade, o mundo ainda está fora do ritmo necessário para alcançar as metas energéticas da ONU

Energia limpa: 666 milhões ainda vivem sem acesso à eletricidade no mundo. (	WLADIMIR BULGAR/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Energia limpa: 666 milhões ainda vivem sem acesso à eletricidade no mundo. ( WLADIMIR BULGAR/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

Publicado em 15 de julho de 2025 às 14h00.

Última atualização em 15 de julho de 2025 às 14h22.

Cinco anos antes do prazo final da Agenda 2030 da ONU, o mundo ainda está distante de atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 7 (ODS 7), que busca garantir acesso universal à energia limpa, confiável e sustentável. É o que revela a nova edição do Tracking SDG7: The Energy Progress Report, produzido numa parceria entre a Agência Internacional de Energia (IEA, do inglês), o Banco Mundial, a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA, do inglês), a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Divisão de Estatística das Nações Unidas (UNSD, do inglês).

Segundo o documento, 666 milhões de pessoas ainda vivem sem acesso à eletricidade — a maioria delas situada em áreas rurais da África Subsaariana, onde o crescimento populacional tem superado os avanços na eletrificação. Em países na região central da África, a situação é ainda mais crítica: na República Centro-Africana, no Chade e no Congo, por exemplo, o acesso à energia alcança menos de 10% da população.

Embora a taxa global de acesso à energia elétrica tenha atingido 92%, o ritmo atual é insuficiente: para cumprir a meta até 2030, o mundo precisaria dobrar sua velocidade de expansão. Soluções descentralizadas, como mini e off-grid solares, têm sido apontadas como as mais viáveis para as regiões de difícil acesso.

A situação é ainda mais crítica no uso de combustíveis limpos para cozinhar, como gás, biogás ou eletricidade. Em 2023, 2,1 bilhões de pessoas ainda dependiam de lenha, carvão e outros combustíveis poluentes, principalmente nos países menos desenvolvidos. O relatório estima que, mantido o ritmo atual, quase 1,8 bilhão de pessoas ainda estarão nessa situação em 2030.

A eficiência energética, por sua vez, também apresenta progresso tímido. A intensidade energética global caiu 2,1% em 2022, mas será preciso dobrar esse desempenho até 2030 para atender à meta da ONU e do Acordo de Paris.

Quando se trata de energias renováveis, a participação na matriz energética global segue crescendo, mas ainda menos do que o necessário. Em 2022, fontes limpas representaram 17,9% do consumo final de energia e 30% da eletricidade consumida no mundo. A meta estabelecida na COP28 de triplicar a capacidade global até 2030 exigirá esforço adicional, já que países em desenvolvimento ainda têm, em média, três vezes menos capacidade instalada por habitante do que os países desenvolvidos.

O financiamento segue como um dos principais gargalos: os fluxos internacionais de recursos públicos para energia limpa cresceram 29% em 2023, chegando a US$ 21,6 bilhões, mas ainda estão abaixo do pico de 2016, de US$ 28,4 bilhões. A maioria dos investimentos é baseada em dívida — um modelo que dificulta o acesso dos países mais vulneráveis ao capital necessário para a transição energética.

Para alcançar o ODS 7, será necessário quadruplicar os investimentos em energia limpa até 2030, segundo estimativas da IRENA e da IEA, totalizando até US$ 4,5 trilhões anuais. A meta só será viável com políticas públicas ambiciosas, cooperação internacional e atenção especial aos países que estão ficando para trás.

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