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Alemanha antecipa em três anos meta de redução de energia à base de carvão

País europeu superou objetivo de cortar 8,7 gigawatts até 2028; hoje, mais dois terços das energias utilizadas são renováveis

País quer eliminar completamente a geração de energia a partir do carvão até 2038 (AFP/AFP)

País quer eliminar completamente a geração de energia a partir do carvão até 2038 (AFP/AFP)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 6 de setembro de 2025 às 09h00.

A Alemanha alcançou nesta semana sua meta de redução da geração de energia baseada em carvão, prevista originalmente para 2028. O anúncio foi feito pela Agência Federal de Redes alemã, que confirmou o corte de mais de 8,7 gigawatts de capacidade de usinas de carvão — cerca de 10% acima do objetivo estabelecido.

Com este resultado, o país não precisará ordenar o fechamento compulsório de nenhuma usina pelo segundo ano consecutivo, segundo informações do órgão regulador alemão.

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O cumprimento antecipado da meta reflete as transformações recentes no setor elétrico alemão. Atualmente, quase dois terços da eletricidade do país são gerados a partir de fontes renováveis, com destaque para a energia solar, que tem provocado quedas frequentes nos preços da eletricidade e tornado a queima de carvão menos competitiva economicamente.

Transição energética na Alemanha

Apesar dos avanços na redução do carvão, a Alemanha mantém contradições em sua matriz energética. O país continua sendo o maior poluidor da União Europeia e ainda depende significativamente de combustíveis fósseis para geração de energia.

A maior economia europeia estabeleceu como meta eliminar completamente a geração de energia a partir do carvão até 2038. No entanto, algumas grandes usinas que queimam linhito (carvão marrom) e estão conectadas a operações de mineração receberam prazo adicional para encerrar atividades, em medida destinada a reduzir as perdas de empregos nas regiões mineradoras.

Usinas de carvão x energia limpa?

O processo de desligamento das usinas alemãs segue diferentes cronogramas. Usinas movidas a carvão mineral e instalações menores que queimam linhito tinham inicialmente a opção de participar de leilões para encerramentos voluntários até 2026. Agora, essas unidades podem ser encerradas compulsoriamente se o regulador considerar necessário.

Paralelamente, os operadores de usinas precisam adquirir licenças de carbono sob o sistema de comércio de emissões da União Europeia. Os preços dessas licenças oscilaram significativamente ao longo de 2024, variando entre €60 (cerca de R$ 381) e €84 (cerca de R$ 535) por tonelada, com cotação atual em torno de €74 (cerca de R$ 470).

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