Belém 2025: a COP da Amazônia e o resgate de um legado ambiental brasileiro
"A escolha de Belém direciona o olhar global para a Amazônia como laboratório de soluções, indo muito além do imaginário global sobre a região", diz Daniela Grelin, diretora-executiva do Pacto Global da ONU
É certo que desafios e turbulências farão parte, mas a oportunidade e o simbolismo da COP em Belém superam questões logísticas, afirma a diretora-executiva (Rafael Medelima/COP30/Flickr)
Oferecidas as garantias pelo Brasil de pacotes de hospedagem entre US$100 e US$200 para negociadores de países de menor desenvolvimento relativo e pequenos estados insulares, Belém está finalmente confirmada como sede da COP30.
A escolha dessa cidade como sede, apesar das críticas, representa um marco histórico e uma oportunidade ímpar para o Brasil e o planeta. Esta decisão consolida o protagonismo brasileiro nas discussões climáticas multilaterais! Desde a Rio-92, evento que estabeleceu as bases da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima - UNFCCC (da qual a COP é a conferência máxima) e da Rio +20 (que lançou as bases dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS’s), o Brasil conquistou papel central nas discussões com voz ativa e propositiva em temas como justiça climática, mecanismos de mercado de carbono e financiamento sustentável. Sediar a COP é uma evolução natural do legado da Rio-92, Rio+20, reafirmando que a agenda ambiental é um compromisso duradouro.
A localização na Amazôniaé crucial. Belém, como porta de entrada para a maior floresta tropical do mundo, confere um simbolismo poderoso. A proximidade física permite que líderes e a mídia internacional "vejam para crer", sentindo a realidade da floresta e gerando maior senso de urgência.
Além disso, amplifica a voz de povos indígenas e comunidades tradicionais, guardiões da floresta, cujas perspectivas são fundamentais para uma abordagem eficaz da crise climática e afirma o Brasil em seu papel de construtor de pontes entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, entre o norte e o sul global, defendendo responsabilidades comuns, porém diferenciadas. A localização compõe um cenário impactante para negociadores e coloca em evidência tanto a dimensão do desafio, quanto o potencial transformador das soluções inovadoras protagonizadas pelo Brasil.
COP da Amazônia
O Brasil tem muito a dizer (e demonstrar) ao mundo em temas como agricultura de baixo carbono, com práticas como o plantio direto, recuperação de pastagem, integração lavoura-pecuária-floresta e fixação biológica de nitrogênio. Embora a agropecuária seja responsável por parcela significativa das emissões, somos reconhecidos por uma tecnologia agrária expoente responsável por uma verdadeira revolução agrícola que impulsionou a produtividade nacional em sete vezes nos últimos 50 anos.
Temos exemplos dignos de serem conhecidos mundo afora de modelos de negócio eficazes baseados na sociobiodiversidade da Amazônia como vetor de desenvolvimento sustentável, com cadeias de valor para produtos florestais não madeireiros e cooperativas de produção e consumo responsáveis. A título de exemplo, a Natura, participante ativa da Rede Brasil do Pacto Global da ONU, é reconhecida como pioneira no uso de bioativos da Amazônia em cadeias de valor justas e sustentáveis.
Ao desenvolver produtos cosméticos com a manteiga extraída de sementes de árvores outrora exploradas de forma predatória, a empresa reposicionou economicamente espécies nativas locais, garantindo que comunidades extrativistas passassem a obter até três vezes mais renda mantendo a floresta em pé do que com o corte da madeira.
A escolha de Belém direciona o olhar global para a Amazônia como laboratório de soluções (bioeconomia, manejo sustentável), indo muito além do imaginário global sobre a região. A COP pode impulsionar investimentos em infraestrutura sustentável e desenvolvimento local, provando que conservação e progresso devem coexistir. A presença massiva de visitantes ajudará a desmistificar a Amazônia, mostrando sua complexidade e potencialidades.
É certo que desafios e turbulências farão parte, mas a oportunidade e o simbolismo da COP em Belém superam questões logísticas. É uma chance para o Brasil reafirmar seu compromisso ambiental, para a Amazônia mostrar sua relevância vital e para o mundo se conectar profundamente com a urgência climática. Precisamos que Belém alavanque o potencial transformador desta conferência global, impulsionada pela força e simbolismo da Amazônia.
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Comunidade ribeirinha no Rio Amazonas, entre Manaus e Parintins (Leandro Fonseca/EXAME)
(Rio Amazonas -Amazonia - ribeirinhas - Foto: Leandro Fonsecadata: 02/072023)
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Ribeirinhos aguardam a passagem dos barcos na volta de Parintins (Leandro Fonseca/EXAME)
(Rio Amazonas -Amazonia - ribeirinhas - Foto: Leandro Fonsecadata: 02/072023)
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Embarcação no Rio Amazonas -Amazonia - ribeirinhas -
Foto: Leandro Fonseca
data: 02/072023
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Embarcação no Rio Amazonas -Amazonia - ribeirinhas -
Foto: Leandro Fonseca
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Barco no Rio Amazonas
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Ribeirinhos aguardam a passagem dos barcos na volta de Parintins (Leandro Fonseca/EXAME)
(Rio Amazonas -Amazonia - ribeirinhas - Foto: Leandro Fonsecadata: 02/072023)
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Airão Velho - Ruinas de Airão Velho - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
data: 04/2022
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Ribeirinhas do Parque Nacional do Jau - ICMBIO - Rio Jaú - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
data: 04/2022
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Comunidade Ribeirinha Cachoeira do Parque Nacional do Jau - ICMBIO - Rio Jaú - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
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Comunidade Ribeirinha Cachoeira do Parque Nacional do Jau - ICMBIO - Rio Jaú - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza - futebol
foto: Leandro Fonseca
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Comunidade Ribeirinha Cachoeira do Parque Nacional do Jau - ICMBIO - Rio Jaú - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - futebol - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
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Comunidade Ribeirinha Cachoeira do Parque Nacional do Jau - ICMBIO - Rio Jaú - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Futebol - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
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Samaúma a grande arvore da Amazônia - Amazonia - Parque Nacional do Jaú - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
data: 04/2022
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Comunidade Ribeirinha Cachoeira do Parque Nacional do Jau - ICMBIO - Rio Jaú - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
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Comunidade Ribeirinha Cachoeira do Parque Nacional do Jau - ICMBIO - Rio Jaú - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
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Turistas na Expedição Katerre - Turismo - Amazonia - AM - Rio Negro - Selva - Expedição Katerre - Natureza -
foto: Leandro Fonseca
data: 04/2022
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Abaetuba no Pará - Amazonia -
Foto: Leandro Fonseca
data: outubro 2022
(Abaetuba no Pará - Amazonia -Foto: Leandro Fonsecadata: outubro 2022)
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Abaetuba no Pará - Amazonia -
Foto: Leandro Fonseca
data: outubro 2022
(Abaetuba no Pará - Amazonia -Foto: Leandro Fonsecadata: outubro 2022)
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