ESG

Patrocínio:

espro_fa64bd
Afya Cinza
Copasa Cinza
Danone Cinza
Ypê cinza

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Belém e Manaus enfrentam ilhas de calor até 10 °C acima da temperatura da floresta amazônica

Levantamento aponta para diferença de clima entre capitais e área vegetal nas cidades mais populosas da Amazônia brasileira, efeito para a saúde da população

Baixa cobertura vegetal, presença de asfalto e concreto e poluição no ar ajudam a aumentar sensação de calor (MAURO PIMENTEL/Getty Images)

Baixa cobertura vegetal, presença de asfalto e concreto e poluição no ar ajudam a aumentar sensação de calor (MAURO PIMENTEL/Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 16 de junho de 2025 às 18h30.

Mesmo cercadas pela floresta, as capitais dos Estados da Amazônia brasileira estão entre as cidades menos arborizadas do país – e os efeitos são vistos em forma de ilhas de calor urbanas. A informação é de uma análise da InfoAmazônia, que identificou esses locais enfrentam temperaturas até 10°C mais altas do que as zonas rurais e às áreas de floresta próximas.

Na capital do Pará e sede da COP30, Belém, a cobertura vegetal é de 39%. O efeito é notável: comparando o clima da cidade com a área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Combu, que fica próximo à cidade. Em geral, a capital conta com uma temperatura média 2,6 °C mais alta do que a floresta ao redor, mas em algumas áreas, essa ausência de árvores eleva a temperatura até 5°C maior.

Já em Manaus, capital do Amazonas, os 41,7% de presença de árvores geram na cidade uma temperatura 3°C mais alta do que a registrada na floresta. As regiões habitadas por 85% da população amazonense são justamente as mais quentes.

Infraestrutura urbana vs árvores

Nas periferias, a sensação de calor pode ser ainda maior, com uma menor taxa de cobertura vegetal do que outras regiões da cidade por conta da formação urbana, da presença de casas e poucos locais para reflorestamento.

Em Manaus, o bairro Dom Pedro, planejado como um conjunto habitacional, foi o mais quente da cidade, sendo um dos bairros menos arborizados da cidade. A temperatura é 5,4°C acima do normal.

Reunião decisiva: Brasil define em Bonn rumos da diplomacia climática para COP30

Além da ausência de árvores, a infraestrutura urbana também é uma das culpadas por esse aumento das temperaturas nas cidades. A análise explica que áreas cobertas por asfalto e concreto reproduzem, mesmo horas após o pôr do sol, o calor acumulado durante o dia.

Ocorrências como trânsito e sistemas de refrigeração ajudam a aumentar a liberação de calor, enquanto a presença de prédios e ruas estreitas dificultam a passagem de ar. A poluição na atmosfera ainda impacta na sensação de uma “estufa”, pressionando o ar quente para baixo.

A presença de árvores ajuda a reduzir esse efeito: elas ajudam a resfriar os bairros, causando tanto uma sombra quanto uma purificação do ar e da liberação de água pelas folhas.

Ondas de calor extremo

Uma reportagem do The Washington Post avalia que Belém pode ser uma das cidades mais impactadas pela alta dos dias de calor extremo até 2050. A expectativa é que dentro dos 365 dias do ano, Belém tenha 222 dias com calor extremo. Para Manaus, o impacto é ainda maior: 258 dias.

O impacto na saúde vai desde a radiação solar, que favorece casos de câncer de pele, até mortes por exposição ao calor extremo, ataques cardíacos, AVCs e ocorrências de doenças mentais.

Acompanhe tudo sobre:AmazôniaBelémManausReflorestamentoCOP30

Mais de ESG

Fundo Amazônia bate recorde histórico no semestre com aprovações de R$ 1,2 bilhão

'A maré virou para a ação climática, e não há como voltar atrás', diz Simon Stiell

Reunião decisiva: Brasil define em Bonn rumos da diplomacia climática para COP30

Família Klink se une a marca de suplementos para retirar lixo dos oceanos