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A Mata Atlântica é o bioma mais degradado do Brasil e mantem hoje apenas 12,5% de sua cobertura original (Bússola/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 30 de maio de 2025 às 13h00.
Última atualização em 30 de maio de 2025 às 14h56.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou nesta sexta-feira, 30, R$ 77,6 milhões por meio do Fundo Clima para financiar um projeto pioneiro de silvicultura com espécies nativas da Mata Atlântica, no sul da Bahia.
O investimento será destinado ao plantio de 1.500 hectares de florestas produtivas, com espécies nativas. O bioma é hoje o mais degradado do Brasil e mantém apenas 12,5% de sua cobertura original.
Liderado pela Symbiosis Florestal, empresa voltada para a produção de madeira sustentável, a iniciativa representa o primeiro financiamento do banco para o setor de silvicultura nativa.
A atividade se caracteriza pelo plantio e cultivo de árvores de espécies endêmicas brasileiras para uso econômico, por meio da colheita e comercialização de madeira livre de desmatamento ou outros produtos florestais. Um dos diferenciais é que as as espécies variadas têm tempos de crescimento entre 12 e 36 anos em média, até chegar no tamanho para o corte e extração madeireira.
Além da extração do ativo natural sem desmatar, o modelo combina manejo florestal contínuo e uso de espécies mistas, permitindo a preservação da biodiversidade local, geração de créditos de carbono e mitigação dos riscos climáticos.
A operação total envolve 3 mil hectares, sendo que o BNDES financia exclusivamente o componente nativo e o restante da área será intercalada com o reflorestamento de exóticas — aquelas plantas que são introduzidas fora da sua área de distribuição natural.
"O projeto alia produção florestal, preservação e fortalece a economia verde e a restauração da Mata Atlântica”, destacou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Segundo ele, a iniciativa está alinhada às diretrizes do governo federal para desenvolvimento sustentável, com impacto socioeconômico estimado de 220 empregos diretos e indiretos na região.
Para a Symbiosis, o financiamento permitirá ampliar a escala do projeto, que também envolve inclusão social de comunidades locais.
O CEO Bruno Mariani reforçou que a produção de madeira nativa é “a forma mais eficiente de viabilizar o reflorestamento em larga escala que o mundo precisa para enfrentar a emergência climática e de perda da biodiversidade”.
O Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), é um dos principais instrumentos de financiamento para ações de mitigação das mudanças climáticas no Brasil.
Até o momento, o BNDES já aprovou R$ 262 milhões para projetos florestais nessa linha, demonstrando um foco crescente na promoção de florestas nativas como estratégia ambiental e econômica.
A Mata Atlântica, terceiro maior bioma da América do Sul, sofre com intensa degradação causada principalmente pela agricultura e conversão do solo para atividades de especulação imobiliária. Lar de aproximadamente 70% dos brasileiros, é um importante aliado do equilíbrio de ecossistemas.