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Brasil tem a chave para o futuro do reflorestamento global, aponta estudo

América Latina é região com maior potencial de plantio de árvores para armazenamento de carbono, segundo pesquisa publicada na Science

O Brasil representa um quinto da área potencialmente adequada para o plantio de árvores, segundo estudo (Bruno Kelly/Amazonia Real)

O Brasil representa um quinto da área potencialmente adequada para o plantio de árvores, segundo estudo (Bruno Kelly/Amazonia Real)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 2 de setembro de 2025 às 06h00.

Um estudo publicado esta semana na revista Science analisa o potencial do reflorestamento e da restauração de florestas como estratégias para mitigar as mudanças climáticas. De acordo com os pesquisadores, há uma área global disponível de 389 milhões de hectares — aproximadamente o tamanho da Índia — que pode ser destinada ao plantio e restauração de florestas.

Este espaço poderia armazenar até 39,9 gigatoneladas de carbono até 2050, o que representa cerca de 63% do sumidouro anual de carbono da última década.

Apesar do potencial do reflorestamento para reduzir as emissões, o estudo alerta para a importância de considerar os impactos ambientais e sociais dessas práticas. A regeneração de florestas deve ser feita de forma que evite impactos negativos na biodiversidade, na segurança alimentar, no uso de água e na temperatura regional.

O estudo revela que 90% das áreas comprometidas para o plantio de árvores estão localizadas em países de baixa e média renda. A África representa metade dos compromissos, embora tenha apenas 4% do potencial global para reflorestamento, levando a um descompasso entre as promessas e as áreas adequadas.

Em comparação, regiões como a Europa e as Américas, com grande disponibilidade de terras, se comprometeram com uma área muito menor do que seu potencial. A Europa, por exemplo, detém um quarto da área potencial, mas comprometeu-se com apenas 13% dessa terra.

Reflorestamento sustentável

Zhanghai Qin, autor principal do estudo, destaca que o plantio de árvores tem um grande potencial, mas deve ser realizado com cautela. "É necessário utilizar as terras realmente disponíveis, prestando atenção a salvaguardas e limitações ambientais. No momento, alguns países estão comprometendo mais terras do que deveriam, enquanto outros ainda não tomaram as medidas necessárias", afirma Qin.

Ele sugere que os países mais ricos poderiam intensificar seus compromissos, tanto a nível nacional quanto em termos de apoio internacional, por meio de financiamento, transferência de tecnologia e mercados de carbono.

Proteção das florestas existentes

O estudo também destaca que a proteção das florestas já existentes é uma medida fundamental no combate às mudanças climáticas. Se a perda de florestas for interrompida até 2030, seria possível evitar a emissão de até três vezes mais carbono do que o esperado com as promessas de plantio de árvores, quando limitadas pelas questões de sustentabilidade.

A pesquisa aponta que o maior potencial para o reflorestamento sustentável está em regiões tropicais, especialmente na América do Sul, onde grandes áreas de florestas desmatadas podem ser regeneradas. O Brasil representa um quinto da área potencialmente adequada para o plantio de árvores.

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A Ásia, particularmente a China e a Índia, também se destaca como uma região importante para o reflorestamento.

Além disso, o estudo observa que os países em desenvolvimento, especialmente na África, necessitam de apoio internacional para financiar projetos de reflorestamento e promover a transferência de tecnologias adequadas.

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