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Brasilinvest anuncia investimento de US$ 500 milhões em 'supercana' de Eike Batista

O projeto prevê atingir uma capacidade de produção anual de 1,08 bilhão de litros de etanol e 537,6 milhões de litros de combustível sustentável de aviação (SAF) até 2031

A tecnologia aumentaria significamente a produtividade da cana-de-açúcar no agronegócio (Kiko Ferrite/Exame)

A tecnologia aumentaria significamente a produtividade da cana-de-açúcar no agronegócio (Kiko Ferrite/Exame)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 26 de fevereiro de 2025 às 14h18.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2025 às 14h24.

O grupo de investimentos Brasilinvest, liderado pelo empresário Mário Garnero, anunciou um aporte de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões) no projeto de "supercana" idealizado por Eike Batista. O investimento conta com recursos dos fundos Abu Dhabi Investment Group (ADIG) e General Finance e foi oficializado na terça-feira (25), durante um evento no Rio de Janeiro.

A empresa BRXe é detentora da iniciativa e visa utilizar tecnologia de cruzamento genético para aumentar significativamente a produtividade da cana-de-açúcar no agronegócio. Segundo os executivos, a "supercana" pode triplicar a produção de etanol por hectare e gerar até 12 vezes mais bagaço em comparação às técnicas convencionais. Além disso, poderia substituir o plástico em embalagens. 

Com o financiamento, o plano é cultivar 70 mil hectares ao redor do Porto do Açu para construir três unidades de moagem, cada uma com capacidade para processar 4 milhões de toneladas de cana. 

Expansão 

O projeto prevê atingir uma capacidade de produção anual de 1,08 bilhão de litros de etanol e 537,6 milhões de litros de combustível sustentável de aviação (SAF) até 2031. A aposta no SAF está alinhada às metas globais de descarbonização do setor aéreo, responsável por 2,5% das emissões globais de gases estufa. 

Atualmente, um dos desafios para o uso de SAF como alternativa para o poluente petróleo é a falta de escala na produção e o alto custo.

Apesar de ter concebido a ideia, Eike Batista não será sócio do empreendimento inicialmente devido a pendências judiciais. No entanto, ele poderá subscrever participação futura, condicionada ao desempenho da empresa.

Durante o evento, o empresário destacou a diversidade climática do Brasil como peça-chave para uma 'produtividade espetacular', mesmo nos piores cenários.

Fábrica de embalagens

O projeto também inclui a criação de fábricas de embalagens derivadas da biomassa, tanto no Brasil quanto no exterior. A instalação industrial será localizada no norte do Rio de Janeiro, próxima ao Porto do Açu, uma região estratégica para a exportação e logística dos produtos.

A companhia disse já ter iniciado negociações para o arrendamento de terras na região e pretende transferir mudas da supercana ainda neste ano.

Atualmente, a BRXe possui 53 funcionários e cultiva 200 hectares de cana-de-açúcar nos municípios paulistas de Paraguaçu Paulista e Araras.

Oportunidade de mercado

A alta produtividade de biomassa já foi considerada promissor no passado, mas perdeu espaço para a produção de açúcar, que se tornou mais rentável nos últimos anos. No entanto, a visão de Batista e dos executivos da BRXe aposta na crescente demanda por biocombustíveis, especialmente o SAF, como um novo vetor de crescimento para o setor sucroenergético.

Com uma abordagem que combina biotecnologia, inovação financeira e sustentabilidade, a BRXe busca se consolidar como um dos principais players do setor de bioenergia nos próximos anos.

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